Apanhar percebes e arriscar os ossos nas Berlengas é um modo de vida

Fomos às Berlengas ver apanhar percebes e conhecer o processo de gestão participada da espécie – a primeira em Portugal.

Mariscador nas Berlengas e conhecedor dos mares de Marrocos, Senegal e Cabo Verde, Acácio Rodrigues Grandela (Lelé na comunidade piscatória de Peniche) tem 48 anos e um currículo tão afamado na apanha do percebe como na passagem pelas urgências hospitalares. Em 2005 fracturou a bacia, em 2012 ficou com a tíbia e o perónio da perna direita expostos, em 2019 perfurou o queixo e andou desmaiado pelo fundo do mar e, na passada quinta-feira, uma onda arremessou-o para o outro lado de uma das rochas das Berlengas. “Não rasguei nem parti nada. Foi tão rápido que nem tive tempo para me assustar”, conta.

Quem assista ao trabalho destes homens fica com a ideia de que, neles, o medo é uma sensação ténue (ou nem isso). É certo que, perante os rendimentos individuais por dia de captura (de 450€ a 1000€), estes homens nem sempre têm tempo para imaginar cenários dramáticos, mas o dinheiro não é o único móbil. “Sim, isso dá dinheiro, e é por isso que cá andamos, mas o mar exerce em nós uma atracção que nem sabemos explicar bem”, refere Lelé.

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