Feto com oito meses que morreu no Amadora-Sintra tinha covid-19

Só a biópsia pulmonar revelou que o bebé estava infectado com o vírus SARS-CoV-2. É o segundo caso em Portugal de transmissão de mãe para filho durante a gravidez.

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Rui Gaudencio

Um feto de oito meses com covid-19 morreu no Hospital Amadora-Sintra. A mãe era doente assintomática. A notícia foi avançada na sexta-feira pelo Expresso e confirmada pelo PÚBLICO junto do assessor de imprensa do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), Paulo Barbosa. A morte terá acontecido em finais de Junho, mas só esta sexta-feira se ficaram a saber os resultados da biópsia pulmonar que revelaram que o bebé estava infectado com o novo coronavírus.

“O bebé nasceu prematuro e verificou-se que tinha uma falência pulmonar. Inicialmente nem se suspeitava que estava infectado. Só a autópsia determinou a existência de covid-19”, explicou ao PÚBLICO o assessor, explicando que a colheita de sangue tinha tido um resultado negativo para o novo coronavírus.

A mãe, que estava infectada mas assintomática, terá chegado ao hospital com uma ecografia externa em que foi possível verificar que o feto tinha problemas motivados por uma infecção viral, de acordo com declarações ao semanário da directora do Departamento da Mulher do Amadora-Sintra, Antónia Nazaré. O feto estaria em agonia e teve, por isso, de se provocar o parto, mas o bebé acabou por não sobreviver. Não havia registo de outras complicações durante a gravidez. 

Apesar de já terem sido registadas dezenas de nascimentos em que as mães estavam infectadas com covid-19, este é apenas a segunda ocorrência em Portugal de transmissão da mãe para o filho durante a gravidez. O primeiro foi o caso, conhecido semana passada, de um bebé que nasceu prematuro no Hospital Francisco Xavier, em Lisboa. 

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