Sistema de protecção de incêndios vai ser testado em Arganil

O sistema em Travessas constitui um projecto-piloto que pretende demonstrar possibilidades de auto-protecção das comunidades expostas ao risco de incêndio.

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Adriano Miranda / PUBLICO

Um sistema de protecção contra incêndios rurais, desenvolvido por investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra, vai ser testado na sexta-feira numa aldeia do concelho de Arganil, anunciou na terça-feira a Universidade de Coimbra (UC).

Uma equipa de especialistas da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica industrial (ADAI) e do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, desenvolveu um sistema de protecção contra incêndios, que vai ser testado na sexta-feira.

A tecnologia, que foi desenvolvida no âmbito do projecto “FireProtect - Sistemas de Protecção de Pessoas e Elementos Críticos Expostos a Incêndios Florestais”, coordenado pelo catedrático Domingos Xavier Viegas, vai ser testada, às 11:00, na aldeia de Travessas, no concelho de Arganil (distrito de Coimbra), adianta a UC, numa nota enviada hoje à agência Lusa.

Instalada em Travessas, com o apoio da Câmara Municipal de Arganil e da Junta de Freguesia de Celavisa, o sistema baseia-se numa “linha de aspersores de água que podem ser accionados numa situação de incêndio proveniente do exterior e que ameace a povoação”.

Essa linha de aspersores foi “repartida em quatro módulos de aspersão independentes distribuídos ao longo de aproximadamente 160 metros, cobrindo as zonas periféricas mais expostas” da aldeia, explicam, citados pela UC, os cientistas envolvidos no projecto.

O sistema em Travessas constitui um projecto-piloto que pretende demonstrar possibilidades de autoprotecção das comunidades expostas ao risco de incêndio.

“Com uma população envelhecida e uma rede de acessos deficitários, Travessas poderá ver-se confrontada com uma situação em que o socorro por meios externos de protecção civil seja difícil ou mesmo impossível, como já sucedeu no passado”.

Assim, “é fundamental que esta povoação, tal como muitas outras, tenha sistemas de autoprotecção como este, que funcionem de forma semi-autónoma”, sustentam os investigadores da ADAI, destacando que “estes sistemas podem salvar vidas, preservar bens e facilitar sobremaneira as actividades dos meios de protecção civil”.

Mas, advertem, este tipo de sistemas “apenas apoia o combate ao incêndio, diminuindo a intensidade do fogo ou extinguindo parcialmente a frente de chamas”.

As áreas “cobertas pela linha de aspersores devem continuar a ser sujeitas a acções de gestão de combustíveis, tal como especificado na legislação em vigor”.

No entanto, “mesmo não eliminando o risco, estes sistemas aumentam de forma significativa a probabilidade das pessoas, casas e aldeias resistirem aos efeitos de um incêndio”, concluem.

O projecto é co-financiado pelo Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional do Centro.

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