Mudança do vento terá cercado bombeiro que morreu na Lousã. MAI abre inquérito

País em estado de alerta especial “amarelo” neste domingo devido às trovoadas secas.

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Imagem de arquivo PAULO PIMENTA

O comandante da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Duarte da Costa, disse este domingo que o Ministério da Administração Interna abriu um inquérito à morte do chefe da corporação de Miranda do Corvo José Augusto. O bombeiro morreu a combater um fogo de proporções médias no concelho da Lousã, distrito de Coimbra. 

Duarte da Costa, que falava em conferência de imprensa, diz que as circunstâncias do acidente estão a ser apuradas, mas aponta como possível causa a situação de instabilidade atmosférica “que levou a uma alteração da direcção do vento”, num teatro de operações bastante acidentado. O bombeiro terá ficado cercado pelas chamas.

A Protecção Civil reconhece o trabalho de José Augusto, “profissional de grande competência”, e lamenta a morte do bombeiro. O homem era tido como “experiente”, com quase quatro décadas ao serviço, chefiando a corporação de Miranda do Corvo, a primeira a chegar ao local do incêndio.

O incêndio começou na serra da Lousã às 18h26, numa zona de mato. Terá sido provocado por uma trovoada seca, num terreno marcado pela forte inclinação.

Os três bombeiros que sofreram ferimentos durante o combate ao incêndio “já tiveram alta médica”, disse à Lusa o segundo comandante dos Bombeiros de Miranda do Corvo, Rui Bingre.

Numa nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou a morte do bombeiro da corporação de Miranda do Corvo e fala numa “perda profunda para quem tanto dá ao país”. Também o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e o primeiro-ministro, António Costa, enviaram as suas mensagens à corporação de Miranda do Corvo.

O presidente da Câmara de Miranda do Corvo, Miguel Baptista, decretou três dias de luto municipal (a cumprir hoje, segunda e terça-feira) em “memória e reconhecimento” de José Augusto Fernandes, que era funcionário da câmara desta vila, também no distrito de Coimbra.

Com a prevalência de temperaturas altas, acrescido do risco de trovoadas secas, a Autoridade Nacional de Protecção Civil colocou o país em alerta amarelo até à meia-noite deste domingo. Com o aumento das temperaturas previsto para a próxima semana, a situação poderá ser reavaliada.

Sobre a ausência de informação pública em tempo real acerca dos vários cenários de operações de combate a incêndios há já vários dias, o comandante da ANPC fala num problema tecnológico na transição dos dados e garante que “não há impactos operacionais pelo facto de a informação não estar disponível na página”.

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