Algumas lições que os CEO aprenderam durante o confinamento

A declaração do estado de emergência veio trazer acrescidos desafios para a economia e para a gestão de empresas. Os CEO da Galp e da Finerge falam dos ensinamentos que tiraram deste momento excepcional.

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Pedro Norton, CEO da Firnerge Rui Gaudencio

Dia 18 de Março, era declarado o estado de emergência em Portugal, medida que vinha afectar todos os sectores de actividade, de formas muito inesperadas e diferentes. Portugal passou a mover-se a outro passo. As mudanças tiveram de ser forçadas. Rapidamente todo o país se adaptava a uma nova normalidade. No centro de ebulição de todo este cenário, ficaram as empresas.

Neste panorama de mudança, Pedro Norton, CEO (Chief Executive Officer) da Firnerge, considera que “a resiliência é um factor fundamental de competitividade. As empresas têm de ser capazes de antecipar os riscos associados às alterações globais da sociedade, em particular às ligadas à acção da natureza tais como a crise climática ou a escassez de recursos naturais.”. Já Carlos Gomes da Silva, CEO da Galp, realça a importância das acções individuais: “Ficou evidente, de forma cristalina, que nenhuma liderança – empresarial, social ou política – pode aspirar ao equilíbrio do bem colectivo sem valorizar os contributos singelos”. 

Os resultados de uma pesquisa do Inquérito Rápido e Especial às Empresas-covid 19, levada a cabo entre 20 e 24 de Abril pelo Instituto Nacional de Estatística e pelo Banco de Portugal (BdP), evidenciava que a maioria das empresas se mantinham em funcionamento, mesmo que parcialmente, adaptando as suas actividades ao contexto de pandemia. Houve, efectivamente, uma redução do pessoal ao serviço, e uma diminuição considerável do volume de negócios. A 1 de Junho, com o desconfinamento a avançar lentamente, o teletrabalho começou a transferir-se para modalidades como o “teletrabalho parcial”, planeando-se um regresso à normalidade faseado, com o cumprimento de regras apertadas de segurança. Os espaços foram adaptados, introduziu-se sinalética de orientação e de prevenção, as regras de utilização de copas e cantinas foram instituídas. Os corredores, os elevadores, as casas de banho e as salas de reuniões passaram a ser ocupadas de forma diferente, e a máscara tornou-se um adereço obrigatório.

Passado o período mais conturbado de adaptações drásticas, e entrando numa nova fase em que todos os dias se lida com a presença de um vírus invisível, Pedro Norton ressalva que é imprescindível que se faça uma “gestão rigorosa das relações entre o capital natural e as suas actividades económicas” e que estas “internalizem o valor da natureza nos seus processos de tomada de decisão, a fim de optimizar a gestão de risco, alcançar benefícios económicos e contribuir para o desenvolvimento sustentável”.

Carlos Gomes da Silva reforça a sua crença importância dos contributos individuais para a forma como as organizações se podem preparar: “Só estimulando o crescimento individual, apelando ao melhor de cada um de nós e mobilizando as pessoas em torno de um propósito comum e orientados por objectivos, se torna possível superar a adversidade. Sobretudo quando ela assume proporções inimagináveis e ameaça colocar em causa o que dávamos por adquirido”.

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