Nesta pousada, os clientes são doentes com covid-19 e os gestores são socorristas e assistentes sociais

A Pousada da Juventude da Rua Andrade Corvo, em Lisboa, está desde meados de Abril a receber pessoas infectadas com o novo coronavírus, que não têm condições nas suas casas para cumprir a quarentena. Mas aquele é muito mais do que um local de acolhimento. “Temos que ser aqui a família deles.”

Marta Rosário bate à porta do quarto de Nisha. “Olá! Há um enfermeiro que quer falar consigo.” Põe o telefone em alta-voz, ele apresenta-se e pergunta-lhe como se tem sentido, que sintomas tem. Nisha responde, em inglês, que está bem, mas que ainda não recuperou o olfacto.

Nisha é nepalesa e tem 22 anos. Está infectada com o novo coronavírus e temporariamente alojada na Pousada de Juventude da Rua Andrade Corvo, no centro de Lisboa, desde a noite da passada segunda-feira. “São seis noites, cinco dias, incluindo hoje”, ri-se a jovem de aspecto franzino à entrada da porta.

Esta estrutura começou a funcionar como centro de realojamento de emergência por iniciativa da Câmara de Lisboa, a 17 de Abril. Quando o Governo criou o Plano de Realojamento de Emergência para a Área Metropolitana de Lisboa (AML), anunciado a 29 de Maio, alargou a sua zona de actividade, tornando-se num dos espaços incluídos no plano. Dele fazem ainda parte a Mesquita de Lisboa, que está a ser gerida pelos bombeiros da Ajuda e de Campo de Ourique, o antigo Hospital Militar de Belém e a Base do Alfeite.

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