PCP divulga vídeo com regras de segurança da Festa do Avante! para amainar críticas

Jerónimo de Sousa admite que a realização do evento não está garantida. Espaço na Atalaia tem agora 30 hectares e todos os espectáculos e actividades (excepto as exposições) são ao ar livre.

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Imagem da Festa do Avante! de 2017 Paulo Pimenta
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Miguel Manso

Com a divulgação de um vídeo explicativo das melhorias do recinto da Festa do Avante! em termos de espaço e de equipamentos, o PCP pretende passar a mensagem de que tenciona responder a todas as exigências das autoridades sanitárias, retirando argumentos a quem defende que o evento comunista marcado para o primeiro fim-de-semana de Setembro não devia ser permitido.

A área disponível para a festa foi aumentada em 10 mil metros quadrados, passando agora o recinto total a ter 30 hectares, haverá três entradas monitorizadas na quinta, dois palcos ao ar livre distanciados no terreno e um auditório que passa a ser descoberto, lugares dos espectadores marcados no chão para garantir distância e fiscalizados por assistentes de plateia, corredores e circuitos marcados para evitar cruzamentos, exposições com controlo de entrada, casas de banho com desinfecção a horas marcadas, equipas de limpeza permanentes, esplanadas com distanciamento de mesas e cadeiras, redução da densidade de construção (dos auditórios e salas de exposição), abertura de portas antecipada, e pontos de desinfecção das mãos.

A lista consta num vídeo intitulado “Viver a festa com alegria e segurança” com quase um minuto e meio de animações, em que os comunistas mostram que se estão a preparar para Setembro com todos os cuidados possíveis.

A realização ou não da tradicional festa do partido que leva dezenas de milhar de pessoas à Atalaia, no Seixal, é motivo de discussão há dois meses, quando se percebeu que os festivais musicais de Verão iam ser cancelados e que os eventos religiosos e tradicionais também não seriam permitidos. Quando o Governo propôs a proibição de “festivais e espectáculos de natureza análoga em recintos cobertos ou ao ar livre” até 30 de Setembro, admitiu como excepções os eventos que tenham lugar marcado e respeitem a lotação definida pela DGS. O CDS e o Chega tentaram alterar a proposta de lei no Parlamento para que não existissem excepções – ou seja, a Festa do Avante! -, mas sem sucesso.

Agora, a decisão de avançar está nas mãos do PCP – e Jerónimo de Sousa vincou, em entrevista ao PÚBLICO, que o partido naturalmente quer fazer a Festa do Avante!, mas também foi cauteloso dizendo que tudo dependerá das autoridades sanitárias. O secretário-geral tem vincando que não é por uma questão de dinheiro – o evento é um dos pilares do financiamento do partido, cujas contas têm estado negativas devido aos investimentos, por exemplo, nas eleições que depois não têm o retorno esperado porque os resultados são inferiores ao previsto.

Nesta quinta-feira, o jornal Avante!, também dedica duas páginas à preparação da festa explicando as melhorias que já estão a ser preparadas no terreno – que é invadido todos os fins-de-semana por milhares de voluntários para limpar e montar as estruturas. “Este ano, o grande desafio é realizar a festa assegurando as medidas de segurança sanitária impostas pelo surto epidémico de covid-19. Só quem não conhecer o colectivo partidário comunista e os amigos da Festa do Avante! é que poderá sinceramente duvidar do êxito de tal empreendimento”, escreve o jornal do PCP.

“Fácil não será, é certo, como nada o foi para o PCP e a sua festa. Mas não será seguramente impossível: com organização, tenacidade e criatividade”, acrescenta. E argumenta que realizar a festa servirá para mostrar que se pode continuar a viver a vida normalmente, para combater o “clima de medo” que se instalou na sociedade, e para incutir a responsabilidade cívica individual.

Os comunistas aumentaram a área disponível na Quinta da Princesa e na Quinta do Cabo em mais 10 mil m2, para um total de 30 hectares, o equivalente a 30 campos de futebol aproveitando zonas que antes não estavam acessíveis. O palco 25 de Abril (o principal) terá mais 6000 m2 de plateia, e será criado um terceiro palco. O auditório 1.º de Maio perde a cobertura para passar a ser ao ar livre e ter 5000 m2; o Cineavante funcionará em modelo de cinema ao ar livre e o Avanteatro passará a ter apenas espectáculos de rua pelo recinto. Para a rua, sob as árvores, vem também o espaço do livro. E as exposições serão mais amplas e com circuitos de sentido único. E a corrida e a caminhada não se realizarão.

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