Nasceu o Dropkick, uma solução para evitar tocar nos botões dos semáforos

Esta criação australiana junta-se à lista de inovações para aumentar a segurança sanitária devido à pandemia. É uma alternativa aos botões para a travessia de peões e activa-se com o pé.

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Era uma vez um mundo em que se abriam portas e se tocava em corrimãos sem se pensar nas consequências, um mundo que ainda não tinha sido tomado de assalto pelo novo coronavírus. Esta era a realidade há apenas alguns meses, mas a pandemia tem levado a que coisas normalmente banais, como carregar nos botões de travessia de peões nas passadeiras, se tornem desafios que exigem cuidados de higiene adicionais. Felizmente, há quem use a tecnologia para solucionar estes problemas.

Foi assim que nasceu o Dropkick, criado pela empresa australiana Foreward. O objectivo é evitar que tenha de se tocar com as mãos nesses botões, usando-se o pé como alternativa. É um dispositivo de alumínio que é colocado na base dos semáforos, para que os peões possam facilmente carregar nele com o pé e que pode ser usado em articulação com os botões normais.

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A ideia, para já em fase de projecto, surgiu depois dos designers terem visto pessoas a usar os pés para carregar nos botões. Decidiram, assim, criar uma opção mais fácil e sanitária, visto que são locais propícios para criar bactérias, mesmo quando são limpos regularmente. Um estudo da revista científica The New England Journal of Medicine concluiu também que o novo coronavírus pode permanecer em superfícies de plástico e aço inoxidável entre dois a três dias.

O Dropkick tem luz para ser visível para as pessoas que esperam nas passadeiras com os telemóveis na mão e a cabeça inclinada para baixo. Durante a noite, a iluminação também serve para alertar os condutores da proximidade de travessias de peões. O botão, que ainda não foi implementado em nenhum local, pode ser instalado nos semáforos existentes, sem trabalhos intrusivos e tem colunas de som instaladas.

O design do botão faz uma homenagem ao botão PB/5, criado pelo designer australiano David Wood, que serve para que os peões com deficiências visuais ou auditivas possam atravessar a rua com mais segurança, devido à textura e aos sons emitidos. O PB/5 é usado na Austrália desde os anos 80 e foi exportado para países como a Irlanda, os Estados Unidos, Singapura e Nova Zelândia.

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Os botões PB/5 foram criados nos anos 80 Thinkstock

A Foreward explica também que estes botões são muitas vezes um mero placebo e que há cidades em que os semáforos ou já têm horários programados ou são activados por sensores.

“Pode ser que estes botões existam com o único propósito de satisfazer a necessidade humana de sentir que fizemos alguma coisa para reduzir o tempo de espera, tal como os botões para fechar os elevadores. Suspeitamos que não há substituto para a tactilidade de um botão físico”, escreve a empresa no seu site. E conclui: “Tendo em conta que os botões foram desenhados e implementados nos anos 80, talvez seja tempo deste pedaço de infra-estrutura pública trivial, mas integral, evoluir.”

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