Uma assinatura de estilo

Um esmerado trabalho de escrita, com uma riqueza lexical já pouco usual na literatura portuguesa.

Foto
Enric Vives-Rubio/arquivo

Nos últimos vinte anos, com os livros dos escritores mais novos que foram aparecendo na literatura portuguesa, aconteceu que o estilo (que antes funcionava como uma espécie de assinatura, e são exemplo disso a escrita de Agustina Bessa-Luís, José Cardoso Pires, António Lobo Antunes, José Saramago, Mário de Carvalho, ou de Maria Velho da Costa, entre outros) se foi perdendo a par de um mais cuidado trabalho com a linguagem; a história contada, a maneira como esta é narrada, a construção psicológica das personagens, os “bons sentimentos” e a apresentação de um trabalho de leitura clara e fácil, parecem ter-se tornado nas preocupações principais dos escritores (com algumas, poucas, excepções), um pouco à maneira de alguma tradição anglófona e também da vontade de ir ao encontro daquilo que os leitores querem e esperam — talvez os manuais de escrita criativa e algum trabalho dos editores não sejam alheios a esta mudança. Mas, curiosamente, nos anos mais recentes surgiram alguns livros e autores que parecem querer contrariar esta tendência: Ana Margarida Carvalho, Rui Manuel Amaral, Joana M. Lopes, Cláudia Andrade, e o mais recente livro de João Reis (n. 1985).

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Nos últimos vinte anos, com os livros dos escritores mais novos que foram aparecendo na literatura portuguesa, aconteceu que o estilo (que antes funcionava como uma espécie de assinatura, e são exemplo disso a escrita de Agustina Bessa-Luís, José Cardoso Pires, António Lobo Antunes, José Saramago, Mário de Carvalho, ou de Maria Velho da Costa, entre outros) se foi perdendo a par de um mais cuidado trabalho com a linguagem; a história contada, a maneira como esta é narrada, a construção psicológica das personagens, os “bons sentimentos” e a apresentação de um trabalho de leitura clara e fácil, parecem ter-se tornado nas preocupações principais dos escritores (com algumas, poucas, excepções), um pouco à maneira de alguma tradição anglófona e também da vontade de ir ao encontro daquilo que os leitores querem e esperam — talvez os manuais de escrita criativa e algum trabalho dos editores não sejam alheios a esta mudança. Mas, curiosamente, nos anos mais recentes surgiram alguns livros e autores que parecem querer contrariar esta tendência: Ana Margarida Carvalho, Rui Manuel Amaral, Joana M. Lopes, Cláudia Andrade, e o mais recente livro de João Reis (n. 1985).