Marcelo passou a noite num hotel, foi à Livraria Barata e comentou os apoios de Bruxelas

O Presidente da República comentou o apoio da União Europeia para minimizar os efeitos da covid-19 e disse que “ajuda muito”, “não basta o dinheiro de Bruxelas” e “é preciso que a economia arranque”.

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Marcelo passou a noite num hotel LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou nesta sexta-feira que passou a noite num hotel para verificar as condições de higiene e considerou que “são muito estritas”, com “desinfecção permanente”.

Em directo na Rádio Renascença para falar sobre a covid-19, o chefe de Estado revelou também que tem feito testes de diagnóstico de 15 em 15 dias, por ter “uma necessidade de contacto público maior” e “a responsabilidade de ir a mais cerimónias”, o último dos quais depois de ter ido a Ovar.

Em relação aos novos casos de covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, o Presidente da República reiterou que não existe “uma situação descontrolada” que “justifique alarme social", mas assinalou que os números disponíveis retratam sempre apenas o que se passava há 15 dias e não o cenário actual.

Por outro lado, alertou que os jovens são um grupo etário com menor risco, mas devem pensar que “têm avós, têm pais e têm tios” e comportar-se tendo em conta “o risco social dos outros”.

A propósito da sua experiência pessoal nesta fase de reabertura gradual de actividades e estabelecimentos encerrados devido à pandemia, Marcelo Rebelo de Sousa contou: “Esta noite que passou passei-a num hotel, para verificar as condições de higiene do hotel”.

“E achei que as condições são muito estritas. É um hotel que nunca fechou. São muito estritas. Tudo é desinfectado: a mala, a pasta, o computador. Há uma desinfecção de quem entra, há uma desinfecção permanente dos quartos. Mas tem de ser assim”, acrescentou.

Em relação aos testes de diagnóstico, declarou: “Eu estou a fazer em princípio, como tenho uma necessidade de contacto público maior, de 15 em 15 dias, para garantir que não há risco, não para mim, mas para os meus colaboradores”.

O Presidente da República referiu que fez o primeiro teste quando ficou confinado ainda antes do estado de emergência, que vigorou em Portugal entre 19 de Março e 2 de Maio, e que o último “depois da ida a Ovar”, concelho do distrito de Aveiro onde foi estabelecida uma cerca sanitária durante cerca de um mês.

O dinheiro de Bruxelas

Pouco depois, na Livraria Barata, que teve quebras de 90%, Marcelo considerou que o apoio da União Europeia para minimizar os efeitos da covid-19 “ajuda muito, mas advertiu que “não basta o dinheiro de Bruxelas” e “é preciso que a economia arranque”.

“As notícias que vieram de Bruxelas foram boas notícias, mas também é importante que a economia funcione. Não basta só o dinheiro de Bruxelas. Ajuda muito, se se puder confirmar em Junho ou Julho aquele tipo de montantes, ajuda muito. Mas é preciso que a economia arranque”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República insistiu que, “se houver meios financeiros”, deve haver um prolongamento do mecanismo de layoff simplificado actualmente em vigor, para “permitir a recuperação das empresas, que não é de um dia para o outro”, e conter o desemprego. Quanto ao prazo desse prolongamento, Marcelo Rebelo de Sousa remeteu a questão para o Governo: “Isso é um juízo que eu não gostava de formular. Quem tem de decidir é que tem de fazer esse juízo no caso concreto”.

Questionado sobre se entende que há condições para a realização da Festa do Avante!, do PCP, no início de Setembro, o Presidente da República respondeu que, “neste momento, esse tipo de realidades não está nem proibida nem permitida” e insistiu que é importante haver regras conhecidas com antecedência e iguais para todos.

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