Preocupado com fome e com desemprego, Marcelo insiste no prolongamento do layoff

Presidente da República aproveitou visita ao Banco Alimentar Contra a Fome para insistir que o prolongamento do layoff é uma boa solução.

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Em 2018, Marcelo encheu dois carrinhos de bens para o Banco Alimentar. Agora, o seu contibuto foi um vale LUSA/Inácio Rosa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve este sábado nas instalações do Banco Alimentar Contra a Fome, que tem uma campanha de recolha de vales de alimentos a decorrer, e falou à comunicação social junto a um armazém vazio. Não foi uma escolha sem significado. "Há um ano, a campanha tinha começado há dois dias e isto estava cheio. Hoje está vazio. É preciso preencher o que está vazio”, disse, deixando o apelo aos portugueses para que enviem o seu donativo.

"Este ano, a campanha é feita de outra maneira - por vales ou pela internet -, não é como se fazia antigamente”, explicou Marcelo Rebelo de Sousa, reconhecendo que “é mais complicado”, mas tem de ser assim, por questões sanitárias. “Não é preciso gostar dos Bancos Alimentares, nem da líder, nem dos voluntários. Os que não estão a passar tão pior assim só têm de pensar nos que estão a passar mal e que vão continuar a passar durante o tempo que durar a crise”.

E os que estão em dificuldades são cada vez mais. De 380 mil em 2019, passaram agora para 400 mil. “Sãfamílias que não estavam ligadas a nenhuma instituição e que apareceram aqui à porta, algumas com pobreza envergonhada, uma expressão de que eu não gosto”, disse ainda, depois de deixar o seu contributo para a campanha - o equivalente a “cinco ou seis produtos”.

Esgotado o tema que levou o Presidente ao Banco Alimentar, os jornalistas introduziram temas de actualidade, como o orçamento suplementar ou o alargamento do regime de layoff que estará a ser estudado pelo Governo. Questionado sobre se gostaria que o orçamento fosse aprovado por unanimidade, Marcelo nunca disse que sim. “Como é que é aprovado? Vivemos em democracia, os partidos saberão como hão-de votar. O Presidente da República não tem de ter gostos nem de influenciar a vontade dos partidos”, disse. Mas não deixou de acrescentar que “este é um orçamento imposto" pelo estado de pandemia e que nesta fase é preciso “fazer um esforço” para ir ao encontro da posição dos outros. 

Em matéria de layoff foi mais claro, insistindo que manter essa medida por mais tempo “pode ser fundamental para ajudar a que não se caia em situação de mais desemprego”.

“Se houver disponibilidade para prolongar o layoff por mais meses, isso é bom, nem que seja num modelo diferente”, repetiu Marcelo Rebelo de Sousa, explicando que na sua opinião essa é uma medida importante para “evitar que muita gente que está em layoff (...) passe em números significativos para o desemprego”.

Marcelo foi ainda questionado sobre as eleições regionais açorianas, previstas para Outubro, e revelou que vai receber os partidos, a partir de Julho, para os ouvir sobre a convocação das eleições. “Não queria antecipar. Vamos acompanhar a situação e depois vamos decidir. Se houver dificuldades de circulação entre ilhas, é evidente que é difícil fazer campanha eleitoral. Mas porquê especular? Vamos esperar para ver.”

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