Então e esse fim da União Europeia?

Se escrevo isto, não é pelo prazer de dizer “eu avisei”. É pela oportunidade, muito mais prática, de vos dizer: não dividam o debate europeu entre otimistas e pessimistas.

Há mais de dois meses, no dia 23 de março, publiquei aqui uma crónica cujo título era “Não, o coronavírus não vai destruir a UE”, e na qual notava que “a frustração dos cidadãos com a Europa”, que certamente existe e é até justificada, acima de tudo “exprime-se pela vontade de que a Europa faça mais do que aquilo que está nos tratados, e não menos”. O coronavirus deu origem a uma emergência de saúde pública, na qual a União Europeia tinha pouca ou nenhumas competências. Por um momento, pareceu haver uma sintonia entre o choque coletivo perante o coronavírus e os eurocatastrofistas que proclamaram que se a Europa não servia para deter a pandemia, então não servia para nada. Só que os eurocatastrofistas deviam deixar-se do vício pelas indignações de curto prazo. Por um lado, elas passam depressa; por outro, elas convencem as pessoas de que a Europa deveria fazer mais, e não menos.

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