Um polícia da PSP foi detido e outro constituído arguido em operação de combate ao crime organizado

Ao longo de cerca de um ano, a PSP esteve a investigar um “grupo criminoso e violento” suspeito de se dedicar a vários crimes, entre eles extorsão, coacção e tráfico de estupefacientes. Foram constituídos 14 arguidos, e quatro deles ficaram detidos, incluindo um polícia.

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Rui Gaudencio

Um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) foi detido e outro foi constituído arguido, na manhã desta quarta-feira, no âmbito da operação Dupla Face, ​da PSP. 

Ao longo de cerca de um ano, a PSP investigou um “grupo criminoso e violento” que se dedicava “a uma série de actividades criminosas e altamente lucrativas”, havendo provas de crimes de associação criminosa, corrupção, favorecimento pessoal praticado por funcionário, extorsão, coacção, detenção de armas proibidas e tráfico de estupefacientes. Contavam, de acordo com a PSP, com a conivência de dois agentes.

Ao que o PÚBLICO apurou, os agentes envolvidos neste caso avisavam o grupo criminoso de eventuais operações da PSP e ainda, com recurso a violência e ameaças, extorquiam dinheiro aos revendedores de droga. Estes agentes pertenciam ao Comando Metropolitano de Lisboa e um deles até tinha sido condecorado.

Em declarações aos jornalistas, o comissário da PSP, Bruno Pereira, disse que, no âmbito da operação realizada na madrugada desta quarta-feira, foram constituídos dez arguidos e detidos outros quatro, entre os quais um agente da PSP. Os elementos do grupo tinham entre 31 e 48 anos de idade.

Os detidos serão presentes na quinta-feira ao juiz de instrução criminal.

De acordo com Bruno Pereira, foram efectuadas 22 buscas domiciliárias e 28 não domiciliárias. As operações decorreram nos distritos de Lisboa, Setúbal e Beja. Foi também dado cumprimento a dois mandados de detenção fora do flagrante delito e foram aprendidas duas armas: uma caçadeira de canos longos e uma pistola de alarme transformada em 6.5.

A par disto, foram ainda apreendidos outros bens e documentação relacionados com a actividade criminosa do grupo.

Estiveram no terreno cerca de 150 polícias.

 Um dos suspeitos já se encontra em prisão preventiva desde Novembro de 2019 “à ordem e inquérito autónomo” por um homicídio na forma tentada.

A investigação a este grupo que traficava droga, sobretudo haxixe, ainda continua, segundo a PSP.

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