Em Chicago, um artista tapa buracos da rua com mosaicos sobre a pandemia

Em Chicago, há ruas com mosaicos a representar um rolo de papel higiénico ou um frasco de desinfectante de mãos. “É uma alegria inesperada... um sorriso inesperado”, diz o artista Jim Bachor.

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Reuters/BRENDAN O'BRIEN
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A pandemia do novo coronavírus tem sido um percurso de obstáculos, mas os habitantes de Chicago, nos Estados Unidos da América, podem agradecer a Jim Bachor por abrir caminho a alguns sorrisos inesperados com quatro novas obras instaladas no Norte da cidade. Ao longo de uma rua, perto do icónico clube de jazz Green Mill, o artista criou quatro mosaicos de vidro e mármore dentro de pequenos buracos no pavimento.

As obras coloridas, que brilham à luz do sol, referem-se a símbolos que representam a experiência da cidade com a pandemia. Há mosaicos a representar uma lata de cerveja Old Style, uma das marcas clássicas de Chicago, um rolo de papel higiénico, um frasco de desinfectante de mãos e, ainda, uma estrela vermelha da bandeira de Chicago, em homenagem à cidade que contabilizou 1830 mortes pelo novo coronavírus.

“É uma alegria inesperada... um sorriso inesperado”, diz o artista. “É encontrar humor em tempos que não são engraçados e dar uma cotovelada nas nossas costelas, de humanos, e nas coisas ridículas que acontecem.”

Os habitantes de Chicago já estão familiarizados com os buracos das ruas e Jim Bachor tem vindo a fazer estes mosaicos desde 2013, após ter sido inspirado por um buraco particularmente “teimoso” em frente a sua casa, no Noroeste da cidade. “Qualquer pessoa sabe o que são buracos na rua. Não interessa se és rico, pobre, novo ou velho... toda a gente os odeia.”

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Jim tem mais de 85 mosaicos espalhados pela cidade REUTERS/BRENDAN O'BRIEN

O artista instalou os mosaicos de 61 centímetros há três semanas, utilizando o mesmo processo que adoptou para os restantes 85 mosaicos que já tinha espalhado pela cidade. Alguns dos seus outros trabalhos representam objectos do dia-a-dia, como um cone de gelado, ou representações da natureza, como pequenos animais ou flores.

Numa primeira fase, Jim Bachor passou cerca de oito a dez horas a trabalhar no seu estúdio para fazer as obras. Depois, dirigiu-se aos quatro buracos com água, cimento e os mosaicos — demorou cerca de duras horas a​ inseri-los nas ruas. No dia seguinte, voltou para concluir o trabalho.

“Vivemos tempos estranhos sem precedentes e comecei a pensar em algo com que toda a gente se conseguisse relacionar”, explicou. “Era o assunto perfeito para chegar ao maior número de pessoas.”

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