Ministério Público acredita que Valentina foi torturada com água a ferver pelo pai

Segundo o Ministério Público, o pai deitou-lhe água a ferver, bateu-lhe e asfixiou-a. Tudo porque queria saber se a filha era vítima de abusos sexuais.

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Sandro Bernardo, pai de Valentina, ter-lhe-á batido porque queria saber se era vitima de abusos sexuais Nuno Ferreira Santos

Valentina, a menina de nove anos encontrada morta no domingo num eucaliptal em Peniche, terá sido agredida pelo pai que lhe atirou com água muito quente para o corpo e lhe deu palmadas fortes quando a menina estava na banheira. O homem terá também asfixiado a criança dando-lhe, ainda, uma pancada na cabeça que lhe provocou uma hemorragia interna.

Esta é a descrição do que se terá passado no fatídico dia 6 de Maio e que é feita no despacho de indiciação do Ministério Público (MP), revelado pela revista Sábado.

As agressões a Valentina começaram dias antes porque Sandro Bernardo queria saber se era verdade que a filha estaria envolvida em actos sexuais com colegas da escola e era vítima de abusos por parte de um homem que tratava por “padrinho”.

No dia 6 de Maio, segundo o MP, Sandro chamou a filha, levou-a para a casa de banho, despiu-a, deixando-a só com uma T-shirt vestida e colocou-a na banheira. E terá ameaçado que lhe deitava água quente se esta não contasse tudo.

O filho mais velho de Márcia de 12 anos terá ouvido tudo e foi à casa de banho onde viu a mãe e o padrasto com a menina já desfalecida. Terão sido estes os factos, que levaram o juiz a aplicar a prisão preventiva ao pai e à madrasta de Valentina. Ambos estão indiciados por homicídio qualificado. Os dois suspeitos estão ainda indiciados do crime de profanação de cadáver. No caso do pai de Valentina é-lhe atribuído mais um crime, o de violência doméstica – por ter assumido que bateu na criança no dia 1 de Maio.

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