Doença viral ataca abelhas a um ritmo alarmante no Reino Unido

A paralisia crónica das abelhas é uma doença viral conhecida por causar tremores e incapacidade de voar nos insectos, acabando por matá-los dentro de uma semana.

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Heinz-Peter Bader

A paralisia crónica das abelhas é uma doença causada por um vírus de classificação incerta que anda a matar os insectos a números alarmantes em solo britânico. Uma nova estirpe poderá ser a causa, avança o Guardian.

A doença viral é conhecida por causar tremores e incapacidade de voar nas abelhas. Estas perdem o pêlo no abdómen, acabando por morrer no espaço de uma semana.

A primeira vez que foi registada no Reino Unido foi em 2007, no condado de Lincolnshire; em 2017, já se podia encontrar em 39 dos 47 condados ingleses, e em seis de oito no País de Gales, segundo dados referidos pelo Guardian, referentes a investigações junto de mais de 24 mil apicultores.

Um estudo liderado por Giles Budge, da Universidade de Newcastle, publicado na Nature Communications, identificou clusters da doença, com casos mais concentrados junto de apicultores profissionais. Os investigadores concluíram também que a doença se registava em dobro junto de apiários com abelhas importadas de outros países. A prática da importação de abelhas-rainhas é habitual em apiários industriais.

O estudo aponta, mas sem certezas, para que a causa da predominância da doença nessas culturas esta relacionada com a densidade populacional dessas colónias. Giles Budge, citado pelo Guardian, descarta a hipótese de responsabilizar a apicultura industrial, considerando tal “injusto”.

Acredita-se que a paralisia crónica das abelhas exista há séculos, tendo os seus sintomas sido elencados pela primeira vez por Aristóteles. Agora, os investigadores procuram saber se uma estirpe mais virulenta está por detrás das mortes. O Guardian reporta que a prevalência da doença nos Estados Unidos subiu de 0,7% em 2010 para 16% em 2014, e de 5% para 10% entre 2009 e 2010 na Itália.

Os animais infectados podem permanecer assintomáticos por seis dias e, entretanto, propagar o vírus. A doença já foi encontrada no abelhão selvagem e em populações de formigas, mas a direcção da transmissão não é clara.

Por agora, os investigadores vão continuar a examinar a doença, a fim de perceber se há uma nova estirpe, e se abelhas-rainhas importadas estão a levar a doença para solo britânico, ou se são simplesmente mais susceptíveis ao vírus já instalado.

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