Governo vê com “bons olhos” a I Liga em menos estádios e em sinal aberto

Secretário de Estado do Desporto sublinha, porém, que essas medidas terão de ser coordenadas com as autoridades, organismos desportivos e operadores.

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João Paulo Rebelo LUSA/MIGUEL A. LOPES

A fase final da I Liga de futebol disputada em menos estádios e transmitida em sinal aberto na televisão, como forma de reduzir o impacto da covid-19, são medidas vistas “com bons olhos” pelo secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo.

“Especialistas de saúde da Federação Portuguesa de Futebol e da Direcção Geral da Saúde com certeza encontrarão as melhores formas para a redução ao máximo do risco, sabendo que zero não é possível. Se passa por menos estádios, mais concentração numa região ou outra, isso é matéria que a FPF, a Liga e a DGS estão a trabalhar”, disse, isentando-se de opinar.

Em entrevista à Antena 1, o governante não deu garantias claras de nada, apenas pistas quanto às intenções do Governo que, avisou, “não terá problemas em voltar atrás” quanto ao regresso do futebol caso a situação da pandemia em Portugal se “agrave”.

“Tem de haver o menor risco possível, dentro de condições técnicas, organizativas que tenham como objectivo máximo a saúde publica e dos próprios atletas e técnicos”, sublinhou.

A luta contra a covid-19 passa igualmente por evitar aglomerados de pessoas nos cafés e restaurantes a assistir aos jogos de futebol em canal fechado, pelo que o Governo está a pensar discutir com os operadores, FPF e Liga a possibilidade de que os mesmos sejam transmitidos em canal aberto.

“Temos pensado nisso, mas é um tema que ainda não foi discutido com os operadores, FPF ou Liga. Sabemos perfeitamente que os cafés, associações e outros locais públicos são também locais de romaria, para lá dos estádios, onde vão aos milhares, com grupos de dezenas de pessoas a concentrar-se, o que hoje não é desejável”, justificou.

A ideia é “criar condições” para evitar a “grande tentação” de as pessoas assistirem ao futebol em ajuntamentos.

Em causa igualmente o facto de a II Liga não ser concluída, ao contrário do principal escalão, uma decisão na qual “o Estado não interveio, pois foi tomada pela Liga, FPF e DGS”. “Resulta da reflexão feita por essas entidades que concluíram que tais condições técnicas, organizativas, de saúde, despistagem, protecção e isolamento dos próprios jogadores seria muito difícil para que os clubes da II Liga pudessem acompanhar em termos de investimento necessário a fazer”, explicou.

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