Vendas de automóveis caíram 85% em Abril

Quebra registada em plena pandemia supera descida histórica durante o período da troika. Em Abril só foram matriculados 3803 veículos novos.

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Perante as fortes quebras, a ACAP pede medidas extraordinárias para o sector automóvel Nelson Garrido

Com o país em estado de emergência para conter a propagação do novo coronavírus, o mercado automóvel teve em Abril uma queda vertiginosa de 85% em relação ao mesmo mês do ano passado, revelou a Associação Automóvel de Portugal (ACAP) nesta segunda-feira, dia de balanço do mês anterior, e que coincide com a reabertura dos stands.

“Em Abril de 2020 foram matriculados, pelos representantes legais de marca a operar em Portugal, 3803 veículos” novos, o que corresponde àquela variação homóloga. “Nem em Fevereiro de 2012, em plena crise financeira internacional, com uma descida histórica de 52,3%, o mercado caiu tanto num único mês, como no passado mês de Março (-56,6%) e em Abril de 2020 (-84,6%)”, indica a associação num comunicado enviado às redacções.

O mercado dos automóveis ligeiros de passageiros, o mais significativo em vendas, apresentou uma descida na mesma ordem, de 87% face a Abril de 2019. “No quarto mês de 2020 foram matriculados em Portugal 2749 automóveis ligeiros de passageiros novos”. Houve menos de mil matrículas de ligeiros de mercadorias (948 unidades) e apenas 106 de veículos pesados.

Uma parte destes números ainda corresponde a encomendas efectuadas antes da declaração do estado de emergência.

Fazendo a conta aos quatro primeiros meses do ano, foram matriculados 48.031 veículos ligeiros de passageiros, “o que se traduziu numa variação negativa de 40,4% relativamente a período homólogo de 2019”, refere a ACAP. No mercado dos ligeiros de passageiros, só foram colocados em circulação pouco mais de 7500 veículos novos, enquanto no mercado dos veículos pesados as vendas ficaram-se pelas 1129 entre Janeiro e Abril.

Olhando para o conjunto do mercado automóvel, os números dos quatro primeiros meses mostram, assim, que foram vendidas 56.744 unidades, uma descida de 39,8%.

Perante as quebras que eram já na ordem dos 80% em meados de Abril, a ACAP propôs ao Governo um plano e apoio ao sector, no qual defendeu, entre outras medidas, a suspensão do pagamento do posto Único de Circulação (IUC), um aumento da dotação em 100% da “linha de apoio à compra de veículos eléctricos” e incentivos ao abate de carros em fim de vida (para apoiar a retirada de veículos com mais de 12 anos pela compra de um carro novo de baixas emissões).

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