Cerca de 200 migrantes em hostels de Lisboa testados este fim-de-semana

Na manhã deste domingo, foram testados 78 migrantes num hostel da Rua Passos Manuel. Os testes prosseguiram durante a tarde na Residencial Beirã. Até agora, não há registos de infectados.

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Daniel Rocha/Público
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Os cerca de 500 migrantes, requerentes de asilo, que estão alojados em hostels e pensões de Lisboa, já começaram a ser testados ao novo coronavírus, dando seguimento ao que tinha sido anunciado pelo ministro da Administração Interna, na quarta-feira passada.

No sábado, foram testados 35 cidadãos numa pensão de Arroios e, na manhã deste domingo, mais 78 num estabelecimento da Rua Passos Manuel, onde estão alojados 91 cidadãos. A operação prosseguiu, depois, a partir das 14h00, na Residencial Beirã, na rua Professor Lima Bastos, em Sete Rios, com o diagnóstico a mais cerca de 70 pessoas. 

Ao PÚBLICO, fonte do SEF diz não ter conhecimento, até ao momento, da existência de infectados e fonte do Ministério da Administração Interna (MAI) nota que as autoridades de saúde não tinham detectado nenhum caso suspeito, mas que estão ainda a aguardar resultados de grande parte dos testes. 

Estes 500 cidadãos estrangeiros, que estão a aguardar uma decisão do Estado português ao seu pedido de protecção humanitária, vivem em seis alojamentos na zona do Areeiro, Arroios e Martim Moniz. Os espaços, cujos hóspedes ainda não foram testados, deverão sê-lo ao longo da semana, de acordo com fontes do SEF e do MAI. 

A decisão de testar os migrantes que estão alojados nestes espaços surgiu depois de, no passado fim-de-semana, um hostel na freguesia de Arroios ter sido evacuado devido a um caso positivo da doença. Em 40 quartos sobrelotados conviviam 187 pessoas de 29 nacionalidades. Feitos depois os testes, as autoridades de saúde identificaram 136 infectados, que foram deslocados para a base militar da Ota.

Na semana passada, a presidente da direcção do Conselho Português dos Refugiados, Mónica Farinha, — que tem estado debaixo de críticas — reconheceu ao PÚBLICO que as condições em que as pessoas estão alojadas “não são as ideais, mas não são desumanas”. “Por isso sempre lutámos pela construção de centros de acolhimento. Os números ultrapassaram-nos. Tentámos encontrar os melhores locais e mais adequados. Não é realista pensar em espaços onde não há partilha”, referiu.   

Segundo o CPR, os pedidos de asilo aumentaram quase 300% entre 2014 (de 442 pedidos) para 2019 (1716 pedidos). Há, neste momento, cerca de 800 requerentes de asilo e de protecção internacional que o CPR referiu estarem alojados em hostels e em outros alojamentos — em hostels estão cerca de 500 cidadãos, refere o MAI, aqueles que estão agora a ser testados. Na semana passada, o MAI deu nota ainda de que está a ser feito um “reforço” das inspecções às condições de alojamento. 

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