Covid-19: Lar de Santa Isabel em Gaia regista 51 casos de infecção

A câmara de Gaia anunciou que começaria no sábado a testar 1.700 utentes e 850 profissionais de 59 lares do concelho, por estar “cansada de esperar” pelas autoridades de saúde.

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LUSA/NUNO VEIGA

O Lar de Santa Isabel, em Vila Nova de Gaia, regista 51 casos de infecção pelo novo coronavírus, sendo 43 idosos e oito funcionários, revelou nesta segunda-feira presidente da instituição, Fernando Vieira.

Este número de casos positivos resulta dos testes efectuados no sábado, por iniciativa da Câmara de Vila Nova de Gaia, num total de 131 realizados naquele lar.

Fernando Vieira confirmou esta manhã que a instituição regista 51 infectados, sendo que 13 idosos estão internados no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E).

De acordo com o presidente, está a ser feita a desinfecção do lar, tendo ficado definido que os utentes que testaram positivo vão ficar nos pisos quatro e cinco, com intervalo face aos pisos onde ficarão os idosos que testaram negativo.

O Lar de Santa Isabel acolhe cerca de 120 utentes com idades entre os 75 e 90 anos, e tem cerca de 100 funcionários.

A 13 de Abril, dia em que Fernando Vieira confirmou à Lusa que o lar registava 17 casos positivos de infecção pelo novo coronavírus, o dirigente indicou a necessidade de pessoal médico e de enfermagem.

“Tive dois enfermeiros que testaram negativo, mas disseram-me logo que iam meter baixa. Tenho outros que são incansáveis e apresentaram-se ao serviço. Funcionários em casa que testaram positivo têm de recuperar, mas estão cheios de vontade de voltar e ajudar-nos. Médicos deixaram de vir, mas passam-me as receitas que precisar”, descreveu Fernando Vieira.

Já na sexta-feira, a câmara de Gaia anunciou que começaria neste sábado a testar 1.700 utentes e 850 profissionais de 59 lares do concelho, por estar “cansada de esperar” pelas autoridades de saúde.

Em comunicado, o município referiu que, “cansado de esperar pelo ACES [Agrupamento de Centros de Saúde] Gaia Norte, decidiu avançar sozinho para rastreio a idosos e profissionais”, com uma carrinha “devidamente equipada”, nove enfermeiros contratados e “um protocolo com o hospital de Gaia”.

A decisão do município surgiu depois de se ter disposto a pagar a integralidade dos testes naqueles equipamentos, mas até sexta-feira não ter obtido resposta do ACES Gaia Norte para os concretizar.

Citado no comunicado, o presidente Eduardo Vítor Rodrigues esclarecia que “o agendamento de testes depende, formalmente, do agendamento dos e da ARS (Administração Regional de Saúde)”, registando que, ao fim de uma semana existe “um número considerável [de testes feitos] no ACES Gaia Sul e nada no ACES Gaia Norte”.

A Lusa tentou, sem sucesso, ouvir a ARS-N sobre a situação de Vila Nova de Gaia.

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