Estoril Praia pede apoio financeiro aos clubes de formação

Presidente do clube afirma que linha de crédito disponibilizada pela FPF

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O presidente do Estoril Praia considera que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) não está a dar a devida atenção às equipas de formação e pede um “apoio financeiro directo” aos clubes. Em declarações à agência Lusa, Alexandre Faria preconiza um apoio assente numa fórmula com base no número de jogadores federados nas competições.

O dirigente acusa a FPF de “andar distraída” com o futebol profissional, de não prestar a devida atenção “à base” e prevê que, com a suspensão das actividades por tempo indeterminado, devido à pandemia da covid-19, a ausência da “receita significativa” da mensalidade paga pelos atletas da formação pode pôr em risco a continuidade de muitos clubes.

“Neste momento [a FPF] está distraída com as preocupações do futebol profissional, em vez de se preocupar com a grande massa de atletas que praticam desporto todos os dias e que está incluída no futebol de formação”, censura o presidente do Estoril Praia.

Segundo Alexandre Faria, nestes clubes, “a esmagadora maioria sem futebol profissional”, as receitas são provenientes das mensalidades pagas pelos praticantes, dos patrocínios, que prevê venham a ser reduzidos num contexto de crise, e da quotização.

Com todas as actividades suspensas, sem outras fontes de receita e a terem de continuar a cumprir as obrigações com os treinadores e toda a estrutura, o presidente do Estoril Praia projecta “um cenário dramático” em muitos clubes caso a situação se prolongue.

Para Alexandre Faria, “a única iniciativa da FPF”, a abertura de linhas de crédito, não é solução. “Não faz sentido nenhum. É uma federação que está a viver uma fase de saúde financeira excepcional. Têm de se adoptar medidas excepcionais aos clubes, porque se essa receita não existir, vai pôr em risco a continuidade de muitos clubes. A solução não é endividar-nos”, defende o dirigente do Estoril, emblema com 21 equipas de futebol, 650 atletas federados na modalidade e mais 350 com menos de oito anos.

Na opinião de Alexandre Faria, que aguarda “há dois meses” para ser recebido pelo presidente da FPF, a postura do organismo liderado por Fernando Gomes “não faz qualquer sentido para os tempos que correm”. Este responsável entende ser altura de os clubes “sentirem a solidariedade” institucional, até porque “o sucesso das selecções nacionais depende muito do trabalho que os clubes da formação fazem”.

“As instituições que nos tutelam estão neste momento mais preocupadas com outras prioridades, quando a prioridade, se calhar, deveria ser a base, deveria ser tudo aquilo que vai permitir o normal funcionamento e um regresso à normalidade que esperamos aconteça o mais cedo possível”, vinca o presidente do Estoril Praia, emblema neste momento “com saúde financeira” e que espera que as reservas a que vai recorrer sejam suficientes para fazer face aos compromissos.

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