Agentes de futebol contra restrições da FIFA

Imposição de um tecto limite nas comissões motiva resposta dura, questionando-se a autoridade moral do organismo máximo.

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Reuters/YVES HERMAN

O Fórum de Agentes de Futebol, liderado pelo empresário Mino Raiola, reuniu-se nesta segunda-feira com a associação suíça do sector, perspectivando “possíveis passos contra a FIFA” na sequência de uma possível restrição das comissões, com a imposição de um tecto limite.

Em Zurique, as duas partes assinaram uma parceria que visa impedir uma atitude que consideram “ditatorial” no que toca aos regulamentos e restrições à liberdade empresarial. “Um tecto máximo de lucro seria único no futebol. Não há limite aos salários de jogadores, nem a valores de transferência, nem ao salário do presidente da FIFA, nem aos gastos da organização”, pode ler-se na nota, assinada pelo presidente da associação suíça, Christoph Graf.

As duas partes querem fazer frente à FIFA “se esta agir como autoridade moral” e, no campo das transferências, manifestam a intenção de impedir o organismo de legislar “quando tem apenas conhecimento teórico, ao contrário dos agentes”.

As novas regras instituídas pela FIFA, que estipula que um agente só pode receber três por cento de comissão sobre os salários dos futebolistas e 10% sobre o valor da transferência, são criticadas, porque se entende que “recrutadores noutros campos recebem de 30 a 40 %”.De resto, os agentes defendem que são capazes de se auto-regularem.

A falta de voz no que toca a decisões em nova regulamentação, o processo “sem transparência” que o organismo de cúpula do futebol mundial gere em torno do sector e a falta de sujeição às leis nacionais são outros dos argumentos apresentados. “Queremos entender até onde vão os limites de uma associação de futebol [como a FIFA]. Queremos entender as suas competências, e acreditamos que o nosso sector está para lá do raio de acção da FIFA”, acrescentou.

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