Cartas ao director

Marcelo e as presidenciais 2021

Não me parece lógico nem saudável o “tabu” de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a sua recandidatura às eleições presidenciais de Janeiro de 2021. O PS e o PSD vão, talvez, ficar à espera de Marcelo para lançar, ou não, os próprios candidatos. Marcelo, se quiser respeitar os portugueses como tem sido sua preocupação, tem a obrigação de dizer se é ou não candidato […] muito antes de Novembro próximo. Os portugueses admiram muitíssimo Marcelo Rebelo de Sousa e, por isso mesmo, ele tem a obrigação de com uma certa antecedência que nunca poderá ser somente de dois meses dizer, clara e inequivocamente, se é ou não candidato. O ser ou não candidato não pode nunca transformar-se num jogo tipo “Pede-me que eu vou”.

Manuel Morato Gomes,
Senhora da Hora

Quem vê caras…

Associar a actividade tauromáquica à situação degradante em que foram encontrados os galgos do cavaleiro tauromáquico João Moura não é correcta. No entanto, deveriam ser fiscalizadas todas as herdades em que há concentração de animais de companhia e animais de trabalho. Como diz o povo, “quem vê caras, não vê corações”. Afinal, Portugal não é o paraíso que muitos políticos querem fazer crer. A violência contra as pessoas cresce sem que o Governo actue na defesa do Estado de direito. A violência no desporto associada ao racismo mostra que muitos portugueses são racistas, apesar da propaganda barata dos políticos profissionais. Portugal mostra-se como um paraíso para os corruptos. Vá-se lá explicar como a extrema-direita elege um deputado numa no intervalo de legislaturas socialistas

Ademar Costa,
Póvoa de Varzim

Vasco Pulido Valente

Vasco Pulido Valente faleceu no pretérito dia 21 de Fevereiro. Lembro-me de alguém que o conheceu pessoalmente me dizer que Vasco Pulido não nutria simpatia pela generalidade da classe política e depois de deixar o cargo de secretário de Estado não teve saudades da experiência, mas sim desencanto e desilusão. De facto, muitas das suas crónicas dos últimos anos, tornaram-se mais mordazes, mais corrosivas à mistura com um sarcasmo que não podia conter quando abordava certas atitudes e comportamentos dos políticos. Conhecedor da natureza humana, era sincero e directo e, por vezes, contraditório. Por isso não poupou quase ninguém. Era um espírito libérrimo, insatisfeito que não suportava açaimes no pensamento. Daí os seus textos serem acutilantes e demolidores para a classe política. Certos políticos tartufos que actualmente andam por aí foram zurzidos pela sua intrépida e verrinosa pena. Morreu só o filósofo e historiador. Morreu como um guerreiro do pensamento e da escrita porque não se acomodava nem turiferava o poder, nem os políticos. Vamos, certamente, ter saudades das suas crónicas e dos seus artigos.

António Cândido Miguéis,
Vila Real

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