Quem não se sente não é filho de boa gente

A afirmação proferida pelo Presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior de que “é sabido que as Universidades e os Politécnicos têm caminhado para o clientelismo” faz surgir a pergunta: Quem sabe e porquê? Ele? A quem denunciou o facto?

Infelizmente aceita-se hoje em dia, nalguns media mais do que noutros, que se “escreva” baseado em insinuações! Deixaram de ser necessários factos... Basta insinuar, insultar, criar suspeição, e...publica-se um “artigo”. A afirmação proferida pelo Presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior de que “é sabido que as Universidades e os Politécnicos têm caminhado para o clientelismo” faz surgir a pergunta: Quem sabe e porquê? Ele? A quem denunciou o facto?

A sua sugestão de que “a desconfiança dos Portugueses...não se pode esconder atrás de uma peneira” é duplamente enganosa: em primeiro lugar, seria preciso ter dados sobre esta alegada “desconfiança dos portugueses”. Quem tem estes dados? Há algum inquérito, alguma fonte fidedigna? Em segundo lugar, atrás de uma peneira pouco se esconde visto que a mesma tem buracos logo permite ver através... Ou seja, não há nada escondido, que eu saiba. Ele saberá outras coisas que não revela?!?

A também alegada “redução da democracia” em Instituições em que todos os órgãos são eleitos, em que todas as decisões são sujeitas a complexo escrutínio interno e em que a lei, aprovada democraticamente, é cumprida deve levar-nos a perguntar se, para o Presidente do SNESUP, só há democracia quando as leis são de acordo com o que o ele pensa ou com o que se gostaria que acontecesse mas o parlamento não gostou/discutiu/aprovou/propôs?

Como se pode falar de falta de democracia quando se cumpre a lei aprovada pelos órgãos democráticos? Qual é a centralização que se faz nos Reitores e Presidentes dos Politécnicos que não esteja de acordo com a lei?

O mais grave ainda é escrever-se: “Fala-se em eleições compradas...”! Mas quem fala? Quem tem estas informações e não as denuncia aos órgãos competentes?

Teremos que nos habituar, ou conformar, com o facto de se poder impunemente levantar a suspeições sobre uma pessoa ou um grupo de pessoas? Não consigo! Se se sabe de alguma coisa que não seja honesta, não seria socialmente adequado comunicar a quem de direito?

E no fundo, o que o artigo escrito pelo Presidente do SNESUP pretende é apenas dizer que o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior devia ser revisto.

Não se entende a necessidade de insultar publicamente todos os Reitores e Presidentes de Politécnicos, eleitos de acordo com uma lei aprovada na Assembleia da Republica de um regime democrático como o que existe em Portugal, para no fundo, e em resumo, apenas pretender pedir a revisão do RJIES (que aliás se perde no meio dos insultos e afirmações!).

Devia haver limites para o insulto! Não limites dos média, isso seria censura! Limites éticos inerentes à convivência num estado de direito democrático! Limites ao insulto gratuito e não comprovado! Limites à acusação abstrata! No fundo limites provenientes da formação/educação de cada ser humano! Nem todos os temos! É pena! 

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