Sp. Braga, da possível goleada à derrota em Glasgow

Minhotos dominaram o Rangers durante mais de uma hora, mas acabaram por ser surpreendidos na recta final.

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Reuters/LEE SMITH

No futebol, como na vida, nada deve ser dado como adquirido. Que o diga o Sp. Braga, que teve todas as condições para sair do Ibrox Stadium com um triunfo confortável e acabou por averbar, diante do Rangers, a primeira derrota na presente edição da Liga Europa (3-2). A eliminatória não ficou comprometida, mas tornou-se bem mais difícil do que seria de prever depois da entrada retumbante dos portugueses em Glasgow

Entre os 11’ e os 12’, Rúben Amorim, o técnico do momento aos comandos da equipa do momento, teve direito a duas notícias de teor oposto. A primeira foi o golo magistral de Fransérgio, um remate de 30 metros que fez baixar ainda mais a temperatura para os adeptos escoceses; a segunda foi a lesão de Wallace, fundamental para o sistema (3x4x3) que Sp. Braga tem utilizado. Sem mais centrais no banco, a opção recaiu sobre Galeno, com Palhinha a recuar uns metros no terreno.

O futebol do Sp. Braga não só não se descaracterizou, como teve nas combinações entre Trincão, Abel Ruiz e Paulinho alguns dos melhores momentos ofensivos. Em dois deles, o extremo que vai reforçar o Barcelona no fim da época esteve muito perto do golo, noutro foi o avançado português a adiantar a bola em demasia quando surgia isolado. Na resposta, o melhor que o Rangers, disposto em 4x3x3, conseguiu nos 45 minutos iniciais foram dois remates perigosos de Morelos.

O domínio bracarense seria uma realidade durante a maioria da partida (terminou com 58% de posse) e ficou mais nítido com o 0-2, da autoria do estreante Abel Ruiz: o espanhol de 20 anos fez uma diagonal rumo à área adversária e finalizou com um remate cruzado, aos 59’.

Com a equipa portuguesa a circular a bola com personalidade e a obrigar o Rangers a desgastar-se, parecia uma questão de tempo até uma transição rápida redundar no terceiro golo, mas nessa altura foi o romeno Ianis Hagi quem puxou dos galões. O filho da lenda Gheorghe Hagi reduziu num excelente lance individual (67’) e arrancou os escoceses de um sono profundo.

Os anfitriões passaram a jogar mais à largura e cercaram o Sp. Braga nos últimos 30 metros. Mais retraído, o bloco minhoto permitiu um par de dribles sucessivos do nigeriano Joe Aribo (lançado aos 54’) e o consequente empate, aos 75’. E uma nova conquista da bola entre linhas por parte do Rangers resultou no livre frontal que viraria o resultado do avesso: remate de Hagi e desvio decisivo na barreira.

O Sp. Braga caía pela primeira vez na UEFA esta época. Mas o sonho da Liga Europa continua intacto.

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