Vida bonita com Trincão e vida difícil sem Bruno Fernandes

Futuro jogador do Barcelona marcou o golo do triunfo bracarense sobre o Sporting. Sétima vitória consecutiva dos minhotos com Rúben Amorim. Quarta derrota nos últimos seis jogos para os “leões”.

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LUSA/JOSE COELHO

Bruno Fernandes, 55 milhões, e Francisco Trincão, 31 milhões. Foram dois dos três jogadores mais caros no mercado de Inverno. O novo médio do Manchester United esteve em Braga 24 horas depois de se ter estreado pelos “red devils”, apenas como espectador, sem poder intervir. O futuro avançado do Barcelona, por seu lado, passou 67 minutos entre o banco e o aquecimento, até ao momento em que Rúben Amorim o chamou para entrar. E só precisou de mais nove para decidir. Bastou estar no sítio certo para marcar o golo que deu o triunfo ao Sp. Braga, por 1-0, sobre o Sporting, um resultado que elevou a formação minhota ao terceiro lugar do campeonato e que deixou os “leões” a pensarem que o resto da temporada será muito penoso.

Para os “leões”, esta foi a quarta derrota nos últimos seis jogos, uma série negativa que tem encolhido os  horizontes competitivos nesta época — sem Taça da Liga, a 22 pontos do líder Benfica e a 15 do FC Porto. Em sentido contrário vai o Sp. Braga, que só ganha desde que Rúben Amorim, um treinador “sem carta” (tal como Silas), substituiu Ricardo Sá Pinto. Foi a sétima vitória em outros tantos jogos para Amorim, a segunda frente ao Sporting (a outra foi nas “meias” da Taça da Liga), e mais um momento de plena afirmação deste Sp. Braga em crescimento acelerado. Trincão merece o destaque porque marcou um golo de oportunidade, mas a vitória minhota começou bem antes.

Para esta nova vida sem Bruno, Silas experimentou uma coisa diferente. Uma defesa a três, um núcleo reforçado no meio-campo, com Eduardo, Battaglia, Wendel e Camacho, e Sporar a estrear-se como o ponta-de-lança titular. Já no Sp. Braga, Amorim tinha uma disposição táctica semelhante, mas com uma ideia de jogo mais ofensiva, que passa por ter Galeno e Ricardo Horta no apoio a Paulinho. Trincão ficava no banco, à espera de uma oportunidade.

O Sporting até entrou razoavelmente bem no jogo, pressionante, a tentar apanhar o adversário de surpresa, e teve duas aproximações muito perigosas nos primeiros dez minutos. Bola ganha na pressão alta, Acuña foi à linha, cruzou e Eduardo, em posição frontal, rematou na direcção da baliza de Matheus com a bola a ser desviada. Aos 9’, foi o médio brasileiro a fazer o cruzamento para Sporar. O esloveno matou no peito e atirou para uma boa defesa de Matheus.

O Sp. Braga levou dez minutos a sacudir a pressão “leonina” e a aplicar a mesma receita. Com a insistência em construir todos os ataques a partir de trás, o Sporting entregava a bola com muita facilidade, e os minhotos, rápidos e objectivos na progressão, apareciam na frente de Maximiano em meia-dúzia de toques e com muita gente. Paulinho teve o golo nos pés em situações destas aos 27’ e aos 29’, mas em ambas falhou a baliza. 

Ao Sporting, não faltava apenas o critério e a criatividade de Bruno Fernandes. Também faltava a sua liderança e não foi por acaso que terminou a primeira parte com quatro cartões amarelos, boa parte deles por protestos — e teve mais um depois da interrupção para intervalo.

Esta carga disciplinar acabaria por limitar a agressividade “leonina” na segunda parte e os minhotos carregaram ainda mais. Maximiano foi adiando o golo, com três grandes defesas a remates de Ricardo Horta (55’), Paulinho (60’) e Galeno (63’). Silas tentou mexer, com a entrada de Vietto (que viu um amarelo por ter entrado antes de Acuña sair) e o Sporting melhorou ligeiramente, mas nada que alterasse a relação de forças no jogo. Ao contrário do que aconteceu com Amorim, que foi buscar Trincão ao banco aos 67’. O extremo/avançado entrou, deu meia-dúzia de toques na bola e, aos 76’, estava bem colocado para alvejar a baliza do impotente Maximiano, após Neto ter tirado em cima da linha um remate de Galeno. 

Silas ainda arriscou com as entradas de Jovane e Plata, Coates fez o número habitual de integrar o ataque, mas nada disto funcionou. O Sporting precisava era do homem que estava na bancada.

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