Presidente da SIGA defende maior transparência nas transferências

“Se jogamos para o empate arriscamo-nos a perder”, assinala Emanuel de Medeiros.

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Emanuel de Medeiros DR

Emanuel de Medeiros, presidente da Sport Integrity Global Alliance (SIGA), defendeu nesta quinta-feira que é necessária maior integridade na avaliação dos fluxos financeiros que possibilitam as transferências de jogadores de futebol.

Em véspera de se fechar mais uma “janela de transferências”, o presidente da SIGA, em declarações à agência Lusa, à margem de uma conferência sobre Integridade no Desporto, reclamou maior rigor e que seja apurada a origem dos capitais que concretizam muitas das movimentações de jogadores e treinadores.

“Reclamo há mais de 20 anos o conceito de ‘cleaning house', mas vejo sem surpresa que ainda não arrancou. Pergunto: quem é que tem alguma coisa contra maior transparência e maior integridade nos fluxos financeiros que são movimentados em torno das transferências de jogadores e até treinadores?”, questionou.

Emanuel de Medeiros deixou no ar outras interrogações: “Quem é que tem alguma coisa contra haver maior rigor e transparência sobre os últimos beneficiários de aquisição de sociedades desportivas? Em teoria, ninguém, mas não se avança e diria que se jogamos para o empate arriscamo-nos a perder, havendo sinais evidentes dessas derrotas”, advertiu o dirigente.

Apesar das mudanças que advoga serem necessárias, Emanuel de Medeiros reconheceu que em Portugal se tem caminhado no sentido “correcto”, ainda que “de forma lenta”. “A tendência é positiva, mas num ritmo lento. Há a percepção de que o estado do futebol não é recomendável, que há reformas a implementar, mas que necessitam da adtuação concertada do legislador, Governo e Assembleia da República, das organizações que regem o desporto, Ligas e federações, e de todos os restantes agentes envolvidos”, resumiu o presidente da SIGA.

Perante problemas que classifica de “complexos, sofisticados e de escala global”, Emanuel de Medeiros congratulou-se pelo facto de Portugal ter na liderança dos principais organismos pessoas “competentes”. “Estão à frente das principais organizações desportivas em Portugal, como a federação, a Liga ou o sindicato de jogadores, dirigentes experimentados e com visão, que entendem o sinal dos tempos e estão sensibilizados para esta temática. Com todos será possível posicionar o futebol português no topo em termos de integridade”, garantiu.

O presidente da SIGA definiu como linhas de intervenção prioritárias do organismo que tutela a implementação de um conjunto de padrões universais que definam, avaliem e regulem a boa governação, a integridade financeira, a regulação das apostas desportivas e a protecção e formação de jovens desportistas.

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