Neuville estraga abertura de Ogier em Monte Carlo

Belga da Hyundai impôs-se na segunda especial nocturna, superando o francês e o campeão Ott Tanak no regresso do WRC.

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LUSA/ALESSANDRO GAROFALO

O hexacampeão mundial Sébastien Ogier, ao volante de um Toyota — em ano do anunciado adeus aos ralis —, parecia decidido a impor a sua lei no arranque do WRC 2020, mas acabou por ver o belga Thierry Neuville  brilhar na noite de abertura da 88.ª edição do Rali de Monte Carlo, prova que termina no domingo e que o francês venceu por sete vezes, com domínio absoluto ao longo dos últimos seis anos.

Ainda assim, fica o aviso à concorrência directa, em particular ao estónio Ott Tänak (Hyundai), campeão em título, de que a quebra da hegemonia no ano passado não afectou o piloto de Gap. Depois de ter sido o mais rápido no shakedown (1m57,1s para percorrer 3,35 km), seguido de Thierry Neuville (Hyundai) e Elfyn Evans (Toyota) — os únicos no segundo 57 —, Ogier venceu a primeira classificativa nocturna (Malijai-Puimichel, de 17,47 km), percorrida em 9m53,4s. Ott Tänak ficou a 1,8s, o companheiro de equipa Elfyn Evans a 1,9s, Neuville já a 6,4s e o emergente Kalle Rovanperä (Toyota) a 10,2s.

Com nove títulos mundiais, Sébastien Loeb (Hyundai) ficava a 10,9s do compatriota no prelúdio de um rali tempestuoso que promete testar os nervos e experiência dos pilotos. A visibilidade reduzida e o gelo obrigaram a cuidados redobrados na segunda especial deste primeiro dia (25,49 km entre Bayons e Breziers), que deixou Ogier (perdeu 25,5s) a 19,1 segundos de Neuville, na geral, com Tänak — “feliz por ter sobrevivido” — e Evans a 25 do líder.

Os Toyota sentiram problemas de aderência, enquanto Loeb se assume como quinto na classificação no final das duas especiais, mas já a 51 segundos. Com o domínio das duas marcas oficiais a confirmar-se — a M-Sport sofreu com as folhas secas que provocaram o sobreaquecimento e deixaram a semioficial Ford em apuros, ditando mesmo o abandono do finlandês Teemu Suninen, com problemas de transmissão —, a marca coreana, campeã mundial de construtores em 2019, coloca todas as fichas na conquista do título de pilotos. Tänak e Neuville são os rostos da ambição que a Toyota, gerida pelo finlandês Tommi Makkinen, combate com Sébastien Ogier e o galês Elfyn Evans. 

Agora, com a saída de cena da Citroën, o Mundial de ralis poderá resumir-se a uma luta que terminará em Novembro, no Japão, tendência que o rali de Monte Carlo parece estar em condições de confirmar. Com a desistência do Chile, por razões políticas, o campeonato manterá as 13 provas dos últimos anos. O Rali de Portugal decorrerá entre 21 e 24 de Maio.

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