O meu cão fugiu. E agora?

Ter um cão perdido é um verdadeiro sufoco e por muito que se tenha cuidados, por vezes os incidentes acontecem. Nessa altura há que ter calma e esperança no final feliz.

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Francisco Romao Pereira

Talvez seja das situações de maior pânico para quem tem um cão: uma fuga. Pode acontecer nas mais variadas circunstâncias: um portão mal fechado, uma trela cujo mosquetão falha na hora H, um barulho ou um ruído que assusta o cão ou que ele quer perseguir.

Há uns anos houve obras cá em casa e, por isso, havia rotinas diferentes: um dos portões do quintal tinha de ficar permanentemente aberto e o Farrusco e o Friqui ficaram numa parte mais pequena do quintal. Ora, isto de ficar num espaço que não é habitual é coisa que incomoda, claro.

Tivemos o maior dos cuidados, bem como o senhor pedreiro. Mas como há alguma imprevisibilidade nisto de ter animais, um deles conseguiu dar a volta ao fecho e lá se esgueiraram os três. O Friqui nem chegou a ir à rua, pois não quis escalar o monte de areia que estava no quintal. Mas o Farrusco, na altura com 15 ou 16 anos... bom, para surpresa nossa, o Farrusco mostrou ser um cão com muita energia e andou e nunca mais parou. Quando nos apercebemos da fuga já o Farrusco estava para lá do perímetro mais próximo da casa.

O que fizemos? Dividimo-nos para o procurar em pontos diferentes da aldeia, distribuindo cartazes com fotografia, o nome e uma breve descrição, incluindo ainda um número de contacto. Partilhámos o apelo nas redes sociais.

Lembro-me que nesse dia chovia muito e cheguei mesmo a ir de carro, pela aldeia, com o Friqui, para ver se ele dava sinal do seu companheiro. No total, esteve umas quatro ou cinco horas desaparecido. É terrível a sensação de ter um cão desaparecido quando sabemos que ele não está habituado a andar na rua, pode ser atropelado, pode perder completamente o norte e passar dias desorientado.

Esta história teve um final feliz: horas depois, conseguimos localizar o Farrusco numas hortas, avisados por um vizinho. Estava cansado, cheio de frio e encharcado. Quem diria que o mais velhote da equipa iria fugir desta maneira?

O que fazer?

Partilho algumas sugestões que podem ser úteis, caso vivam uma situação semelhante: primeiro que tudo, manter a calma é essencial, ainda que difícil. Organizem equipas de buscas com os amigos ou os vizinhos. Deixem cartazes nos locais públicos (cafés, o veterinário da zona, perto das escolas) para alertar as pessoas.

Lembrem-se de identificar o melhor possível o animal: cor, algum sinal em particular, a cor da coleira, o comportamento típico: responde ao nome? É medroso? Reage bem a estranhos?

Fazer o registo no site encontra-me.org permite que o apelo chegue a mais gente; esse registo devolve-nos um link que facilmente pode ser partilhado nas redes sociais, bem como um cartaz que podemos imprimir e usar para espalhar nos locais públicos já mencionados.

Um cuidado que é prévio a tudo isto: o chip. Ter o animal “chipado” é fundamental. Desta forma, ao ser encontrado pode ser levado a um veterinário que verifique se tem chip e, assim, encontra os contactos dos tutores.

Termos um cão perdido é um verdadeiro sufoco e por muito que se tenha cuidados, por vezes os incidentes acontecem. Nessa altura há que ter calma e ter esperança no final feliz.

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