Ponte D. Amélia vai ter inspecção subaquática para decidir eventual reabertura

Esta é uma ponte com 116 anos. Foi desactivada do serviço ferroviário em 2001 e substituída por outra mais moderna e posteriormente adaptada à circulação rodoviária.

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Os pilares da Ponte D. Amélia, que liga os concelhos ribatejanos do Cartaxo e de Salvaterra de Magos, deverão ser, esta segunda-feira, alvo de uma inspecção subaquática, com o objectivo de avaliar as suas condições estruturais e de segurança. A travessia rodoviária do tabuleiro está interdita desde o passado dia 20, depois do aumento dos caudais do Tejo ter levado as câmaras do Cartaxo e de Salvaterra a impedir o trânsito como medida preventiva.

Depois disso, as autarquias entenderam que, por razões de segurança, deveriam ser inspeccionados os pilares da ponte, que completa 116 anos já no próximo dia 14. Trata-se de uma antiga ponte ferroviária, com cerca de 840 metros de extensão, que foi desactivada do serviço ferroviário em 2001 (substituída por outra mais moderna) e posteriormente adaptada à circulação rodoviária. As condições de segurança da ponte têm, no entanto, gerado frequentes medidas de limitação da sua utilização e as câmaras do Cartaxo e de Salvaterra defendem, há anos, uma intervenção de fundo da Infra-estruturas de Portugal (IP) na reabilitação estrutural da travessia. As duas autarquias assumiram a responsabilidade pela gestão do funcionamento da ponte, mas a IP ficou responsável pelas intervenções de fundo que se revelem necessárias.

Pedro Magalhães Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo, reconhece a “importância da utilização da Ponte D. Amélia para a região”, mas realça a “necessidade de gerir estas matérias com elevado sentido de responsabilidade, uma vez que está em causa a segurança das pessoas que circulam na ponte”. Por isso, o autarca sustenta que foi decidido fazer esta inspecção antes da eventual reabertura e que se prevê que o respectivo relatório técnico seja recebido e enviado à IP na próxima quarta-feira. Depois de uma análise técnica deste organismo público responsável pela rede rodoviária será tomada uma decisão conjunta (IP e câmaras) sobre a eventual reabertura da ponte ao tráfego.

A Ponte D. Amélia, embora com trânsito limitado a veículos até 3500 quilos, é vista com uma boa alternativa nas travessias do Tejo, sobretudo para as populações do Cartaxo e de Salvaterra que, sem esta opção, são obrigadas a fazer mais cerca de 50 quilómetros para utilizarem as pontes de Santarém ou de Vila Franca de Xira. 

“A circulação será reaberta logo que a entidade que tutela a ponte, a empresa Infra-estruturas de Portugal, assegure ter condições de segurança para assim procedermos”, garante Pedro Ribeiro, frisando que, conjuntamente com o seu homólogo de Salvaterra, Hélder Esménio, tem reafirmado “a urgência da necessária intervenção estrutural na ponte, quer no tabuleiro, quer nos pilares, por parte da Infra-estruturas de Portugal, de acordo com protocolo celebrado pelas três entidades”.

 A Câmara do Cartaxo acrescenta, ainda, que a circulação foi suspensa no dia 20 “face ao aumento de caudais do Tejo resultante da depressão Elsa” e que, no mesmo dia, as câmaras decidiram “levar a cabo, com carácter de urgência, os trabalhos de inspecção das condições de segurança da mencionada infra-estrutura”.

No dia 27, uma empresa especializada fez o levantamento batimétrico dos pilares da ponte. Segundo Pedro Ribeiro, o aumento dos caudais do Tejo e as fortes correntes verificadas impossibilitaram a realização, em segurança, destes trabalhos numa data anterior. Também por isso, a inspecção subaquática considerada necessária deverá avançar esta segunda-feira.

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