Nadal leva Espanha à conquista da sexta Taça Davis

Jogar em Madrid acabou por ser uma vantagem que os espanhóis não desperdiçaram, batendo o Canadá na final.

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LUSA/JUANJO MARTIN

Desde 1995 que o número um do ranking mundial não disputava um encontro decisivo para a conquista da Taça Davis. Mas Rafael Nadal não desiludiu os seus compatriotas e mereceu a honra de conquistar o último ponto que valeu o triunfo à Espanha na competição. O número um mundial esteve imbatível durante toda a semana em Madrid, tendo vencido todos os oito encontros que disputou, dos 11 que os espanhóis venceram, em singulares e pares, e não perdeu nenhum set nos duelos individuais. No último, garantiu o triunfo sobre o Canadá e a invencibilidade da Espanha em finais jogadas em casa

“Foi uma semana perfeita. Foi emocionante e o apoio do público foi crucial. Não há melhor local para erguer este troféu outra vez. Para mim, foi uma honra partilhar isto com todos”, admitiu Nadal, após vencer Denis Shapovalov, por 6-3, 7-6 (9/7) — foi a sua 29.ª vitória consecutiva em singulares na prova.
Diante de uma Caja Mágica lotada — onde nem faltou o Rei de Espanha — os dois líderes das respectivas selecções, ambos já com 12 horas de ténis nas pernas, em virtude de terem actuado em singulares e pares, deram tudo o que tinham. Nadal chegou a salvar um break-point no sexto jogo (o primeiro desde terça-feira), mas foi o mais consistente no set inicial.

Shapovalov elevou o nível de jogo no segundo set, em que teve o mérito de levar a discussão para o tie-break. Um ponto cedido pelo canadiano de 20 anos, quando serviu a 4/4, permitiu que Nadal dispusesse de dois match-points, salvos brilhantemente pelo canadiano, com um passing-shot e uma combinação serviço-direita. Depois de salvar um set-point, o número um espanhol dispôs de um terceiro match-point, mas desta vez a potente direita de Shapovalov ficou na rede. Aliás, só seis jogadores lograram ganhar um set a Nadal na Taça Davis e o último foi Juan Martín del Potro, na final de 2011.

Antes, o capitão Sergi Bruguera surpreendeu ao chamar Roberto Bautista Agut, que já tinha actuado nas duas primeiras jornadas da fase de grupos, mas se ausentara após o falecimento do pai, três dias antes. O facto de a meia-final da véspera ter terminado depois da meia-noite — vitória da Espanha sobre a Grã-Bretanha, por 2-1 — ajudou à escolha do número nove do ranking. O homólogo canadiano também inovou ao optar pelo jovem Félix Auger-Aliassime, chamado pela segunda vez à selecção da Taça Davis. E o tenista de 19 anos até foi o único a dispor de um break-point no set inaugural, mas foram dois pontos perdidos quando, no tie-break, serviu a 3/4, que decidiram o set. E na segunda partida não conseguiu manter-se ao nível de Bautista Agut, que venceu, por 7-6 (7/3), 6-3, e não evitou as lágrimas quando agradeceu o apoio do público.

“Ganhei oito encontros, mas, aqui, a pessoa que foi vital foi o Roberto. É um exemplo para o resto da minha vida”, reconheceu Nadal. Este foi o sexto título de Espanha na Taça Davis em 10 finais disputadas e o quinto com a presença de Nadal e em casa. Para o Canadá, que se estreou em finais da centenária prova, fica a certeza de ter uma selecção com enorme futuro

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