FC Porto afasta um V. Setúbal sem direito a sonhar

“Dragões” avançam tranquilamente para os oitavos-de-final da Taça, com goleada à boleia de Jesús Corona. Sérgio Conceição manteve Marchesín e Luis Díaz no banco. Ferros evitaram desnível maior.

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LUSA/MANUEL FERNANDO ARAÚJO
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O FC Porto repetiu a dose (4-0) servida na Liga, impondo nova goleada a um V. Setúbal traído pela expulsão de André Sousa (33’) e sem direito a remissão ou a um simples vislumbre do Jamor. E nem o facto de Julio Velázquez poder, em tese, beneficiar do factor-surpresa, potenciado pela estreia ao comando dos sadinos — tão enfatizada por Sérgio Conceição —, obstou a uma qualificação incontestável e sem o mínimo constrangimento (descontando um início algo tacteante) para os oitavos-de-final da Taça de Portugal

Para além das dúvidas em torno da estratégia a adoptar pelo treinador espanhol, o FC Porto tinha ainda questões internas para superar. Dilema que Sérgio Conceição resolveu de forma coerente, mantendo Diogo Costa na baliza e Loum no meio-campo. O técnico portista reservou para o guarda-redes argentino Marchesín e para o extremo colombiano Luis Díaz... um lugar no banco de suplentes, deixando o “anfitrião” Uribe e Saravia fora de cogitações.

Em relação ao encontro com o Boavista, no Bessa, para a Liga, Sérgio Conceição apresentou apenas uma variação, trocando o experiente central Iván Marcano pelo emergente Diogo Leite, mantendo a dupla de ataque Marega/Fábio Silva em funções. Mesmo sem certezas quanto à postura a adoptar pelo adversário, o FC Porto sabia que podia contar sempre com um bloco baixo e dois homens (Zequinha e Hildeberto) dispostos a explorar qualquer hesitação defensiva dos “dragões”. 

Na prática, o V. Setúbal — apesar do insinuante Mansilla — nunca revelou a vocação ofensiva necessária para perturbar a relação por consolidar de Mbemba com Diogo Leite, aproveitando apenas o facto de os “azuis e brancos” só terem despertado verdadeiramente para a eliminatória depois do remate de Jesús Corona ao poste de Makaridze. 

Com o mexicano a começar a desequilibrar — esteve nos quatro golos, provocando a expulsão de André Sousa e o consequente livre (de que resultou o primeiro golo, de Mbemba), assistindo directamente no 3-0 (autogolo) e no 4-0 (Marega), depois de ter inventado o lance do 2-0, de Fábio Silva —, o FC Porto embalou para uma goleada inevitável, que começou a ganhar força à medida que as fragilidades e a menor oposição sadina se acentuavam. 

Com o resultado a caminhar para patamares irrecuperáveis e um V. Setúbal cada vez mais partido, o FC Porto preparava-se para entrar em modo Champions, com Danilo e Corona a poderem descansar, enquanto Aboubakar, Soares e Nakajima procuravam novos caminhos para o golo. Depois da chamada à selecção, o camaronês foi o primeiro a entrar em cena, mas a última meia hora proporcionou-lhe apenas ritmo, já que as situações de maior perigo saíram dos pés de Nakajima (88’) e Loum (89’), com dois remates ao poste da baliza de Makaridze. 

O médio senegalês voltou a não desiludir Sérgio Conceição, adensando as dúvidas relativamente ao regresso de Uribe à titularidade, mesmo no contexto mais exigente da Liga Europa, frente ao Young Boys, jogo decisivo para o FC Porto.

Indiferente aos problemas do técnico portista, o V. Setúbal ia conseguindo escapar a uma humilhação que nem o vermelho a André Sousa conseguiria justificar, beneficiando da saída prematura de Corona. O acumular de erros defensivos, com Marega a aproveitar o último (ressalto em Nuno Valente direitinho aos pés do mexicano) para tirar a barriga de misérias, poderia ter sido compensado por Hildeberto. Mas o internacional cabo-verdiano foi incapaz de mitigar a dor, falhando todas as oportunidades para marcar.

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