Cartas ao director

É preciso compreender
Falar do plano de não retenções até ao 9.º ano de escolaridade referenciado no Programa do Governo é sobretudo reconhecer as políticas aprovadas na anterior legislatura alusivas ao sucesso escolar. Porém, não tenhamos dúvidas, tudo dependerá do respeito pelo ritmo de aprendizagem do aluno, da flexibilização curricular bem como do reforço de recursos na escola. Circunstâncias que, no cômputo geral, merecem a concordância de directores, de professores e da Confederação de Pais (Confap). Assim, não é aceitável falar em passagens administrativas mas antes em soluções que permitem um ensino individualizado em determinadas situações específicas. É bom que tenhamos consciência disso e nomeadamente da estratégia errática que o Ministério das Finanças adoptou para alcançar o objectivo de excedente orçamental, que além de ter gerado grandes dificuldades ao sistema educativo pôs em causa o futuro do nosso país. Como tal, apesar da transferência de novas competências para as autarquias ao nível da educação, importa que o Governo com o decorrer do tempo não deixe de contribuir para a melhoria do ensino.
Manuel Vargas, Aljustrel

Os Valores da Educação

A educação em Portugal, ou a falta dela, é o espelho do que está a acontecer nas escolas, onde assistimos frequentemente a notícias que nos dão conta de casos violentos que se traduzem em agressões aos docentes, entre alunos e até dos pais destes, aos mesmos, sem que exista muitas vezes em primeiro lugar, a preocupação de se saber qual a razão ou as causas, para a ocorrência destes casos.

Hoje em dia, o comportamento humano tem vindo a ser influenciado pelas redes sociais e pelas novas tecnologias, onde estas roubam tempo e a proximidade entre seres humanos, entre pais e filhos, sendo que quanto a estes últimos, terá certamente influência, na sua educação, a qual já se percebeu, é nula ou quase nenhuma, sendo que muitas vezes a causa para os casos de violência a que assistimos, é a forma de os adolescentes exteriorizarem na escola a falta de atenção que não recebem no seio familiar.

Os casos de violência a que temos vindo a assistir nos últimos tempos, não é mais do que o resultado do descuido dos pais, na educação e falta de proximidade para com os filhos, onde os afazeres dos encarregados de educação, fazem com que os mais pequenos sejam negligenciados, podendo também ser o caso de famílias complicadas, onde as carências afectivas são sinais de alerta, em que a escola não se substituindo aos laços familiares, poderá de uma forma pedagógica fazer a diferença na vida dos adolescentes, bastando para tal que os docentes se sintam acompanhados na implementação de medidas penalizadoras para os infractores, como que uma forma de motivação para o exercício do ensinamento. 

Américo Lourenço, Sines

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