O essencial sobre crédito habitação (para quem não tem tempo a perder)

O tempo escasseia e as boas decisões precisam de tempo, ainda por cima quando está em causa uma das maiores compras que vai fazer na sua vida. Por isso, vamos directos à questão fundamental e dizemos-lhe o que tem mesmo de saber para escolher a melhor proposta de crédito habitação.

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O simulador de crédito habitação é a porta para um novo mundo de informação. Muitos números e siglas que são uma incógnita para a maioria das pessoas, mais valendo virem acompanhados de um dicionário. E o tempo que é preciso investir para perceber bem toda a simulação não é compatível com decisões que muitas vezes têm de ser tomadas em tempo útil, para que a casa dos sonhos não se torne numa miragem.

A solução para muita gente é olhar apenas para o spread. Porquê para o spread? Porque se criou o mito de que o spread representa o custo do crédito habitação e que, portanto, ao escolher a proposta com menor spread, se está a escolher a mais em conta. O que aparentemente faz sentido, não fosse o pequeno grande pormenor de o spread ser um custo entre muitos outros e, portanto, a proposta com o menor spread poder ter outros custos mais elevados, fazendo com que se pague mais pelo empréstimo.

Colocar os pontos nos is

Mas se o spread não é por si só um bom indicador para avaliar os custos de uma proposta de crédito habitação, que outros indicadores devem ser tidos em conta? A resposta é fácil: o MTIC e a TAEG. 

MTIC significa Montante Total Imputado ao Consumidor e indica o montante total que o cliente irá pagar à instituição durante todo o período do empréstimo, considerando, para além do valor de crédito concedido, todos os custos associados, nomeadamente juros, comissões bancárias, impostos e outros encargos.

Por seu lado, a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efectiva Global) tem em conta as comissões bancárias pagas (comissão de abertura, de formalização, de avaliação e de processamento da prestação, por exemplo), os juros, as despesas (impostos e emolumentos de registo da hipoteca) e os custos dos seguros associados ao empréstimo (o seguro multirriscos do imóvel e o seguro de vida), dando também uma imagem global de quanto lhe vai custar o empréstimo.

Portanto, se quer ter uma noção de qual é a simulação de crédito habitação que implica menores custos para si, não olhe só para o spread, compare o MTIC e a TAEG e faça uma escolha informada.

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Atenção às vendas associadas ao crédito habitação

Um dos argumentos usados muitas vezes para convencer a escolher uma proposta de crédito habitação é a redução do spread mediante a subscrição de outros produtos bancários. Analise bem essas propostas e tenha em mente que, como já vimos, o spread é apenas um dos custos do crédito habitação, portanto ao aderir a mais produtos pode haver custos adicionais associados, e o que em teoria poupa com o spread vai gastar de outra forma.

Mas mais importante ainda: quando aceita negociar o spread com base em vendas associadas está a comprometer-se, o que significa que o valor do spread está dependente da manutenção desses produtos. E é fundamental que perceba que isso significa que, se no futuro decidir que já não quer algum desses produtos, o valor do spread vai passar a ser o inicial.

Por isso, é importante ponderar bem o que vale mais a pena, não tomando decisões precipitadas e lembrando que há opções de crédito habitação no mercado sem produtos associados. Além disso, não exigem mudar de banco, abertura de uma nova conta e domiciliação de ordenado e outros pagamentos.

Agora que já sabe mais sobre crédito habitação e poupou muito tempo em pesquisas com resultados pouco claros, já pode avançar para o simulador de crédito habitação sem medo, consciente de quais são as principais informações que tem de consultar para tomar a melhor decisão.