Vila Nova de Gaia adopta sistema “pioneiro” de detecção de fugas de água por satélite

Até 2024, a Águas de Gaia quer diminuir de 30 para 18 a percentagem de água não facturada, enquanto no gráfico das perdas de água quer passar dos 16% para os 10%.

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RG RUI GAUDENCIO

A Águas de Gaia está a usar um sistema via satélite “pioneiro em Portugal” para detectar fugas de água, num “investimento de cerca de 20 mil euros”, anunciou hoje o administrador da empresa municipal de Vila Nova de Gaia.

Denominado Água 4.0, trata-se de um sistema de informação geográfica que a empresa municipal do concelho no distrito do Porto tem implementado desde o início da semana e cujos efeitos práticos, segundo o administrador, Miguel Lemos, “estão no terreno”

“A implementação deste sistema de detecção por satélite de fugas de água começou a ser utilizado na segunda-feira tendo, deste então, sido detectados 177 pontos de interesse [designação técnica para pontos de fuga], informação que depois foi cruzada com o nosso sistema de informação geográfica, para perceber se, nas detecções, havia piscinas ou fontes de água pública, acabando o número por baixar para 138 fugas em 1.500 quilómetros de rede”, explicou Miguel Lemos.

Defendendo que a chegada da nova tecnologia “permite mais eficiência”, bem como “menos gente para, da forma tradicional, pesquisar fugas”, o administrador informou que a margem de erro do sistema na detecção de fugas “é inferior a 10%”.

A empresa municipal fez um cálculo a cinco anos, no que se refere à redução das perdas de água, agora que este projecto está no terreno, e previu ganhos na ordem dos 2,5 milhões de euros.

“Ao fazermos uma redução da água não facturada superior a 10%, que é o objectivo com este projecto, isso vai permitir-nos, ao custo da água em alta, alcançar esse valor em poupança”, acrescentou.

Em face da “melhor gestão da água”, Miguel Lemos admitiu “a médio/longo prazo poder fazer correcções na tarifa”, fazendo reflectir nos consumidores de Gaia as mais-valias do projecto.

Até 2024, acrescentou, “a Águas de Gaia quer diminuir de 30 para 18 a percentagem de água não facturada, enquanto no gráfico das perdas de água quer passar dos 16% para os 10%”.

No âmbito deste projecto, apresentado nesta quarta-feira no Reservatório da Rasa, em Vila Nova de Gaia, a empresa anunciou o recurso a contadores de água inteligentes “construídos por engenheiros portugueses”.

Diminuir a água adquirida em alta, maximizar o número de fugas detectadas e redução do tempo de pesquisa e reparação, uma maior fiabilidade de informação, a identificação das perdas na rede independentemente do material e a redução de custos, ganhos económicos e ambientais, são os eixos da aposta da Águas de Gaia apontados pelo projecto.