Marcelo pede compreensão para “condições dramáticas” de mulher que abandonou bebé

Presidente da República agradece posição das autoridades cabo-verdianas, que anunciou que irá prestar apoio à mulher de 22 anos que abandonou o filho recém-nascido num caixote do lixo em Lisboa.

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Marcelo disse que os portugueses “estão hoje mais despertos do que nunca” para a problemática dos sem-abrigo. Na imagem, o Presidente numa acção recente de apoio a pessoas que vivem na rua LUSA/MIGUEL A. LOPES

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou este domingo que compreende e agradece a posição das autoridades cabo-verdianas em defender a mãe que abandonou o filho recém-nascido num caixote do lixo, em Lisboa. 

“É importante que se tenha a noção e a compreensão humana para o ambiente que rodeou aquele gesto, referiu Marcelo Rebelo de Sousa no final da cerimónia de canonização de Frei Bartolomeu dos Mártires, em Braga. “Compreendo e agradeço a posição das autoridades cabo-verdianas, que se juntam a Portugal na preocupação de encontrar uma forma de defender uma pessoa que só em desespero total acabou por fazer o que fez.”

O chefe de Estado quis ainda deixar “uma palavra especial” à mãe, sublinhando que foram as suas “condições dramáticas” em que vivia que a levaram “a fazer aquilo que fez”.

A embaixada de Cabo Verde em Portugal anunciou, na sexta-feira, que vai fazer diligências para “recolher mais informações” e prestar todo o apoio necessário à jovem mãe que abandonou o recém-nascido, na terça-feira, num caixote do lixo em Lisboa. A mãe, sem-abrigo, já foi detida e vai aguardar julgamento em prisão preventiva.

Para o Presidente, é também importante que aquela criança, quando um dia crescer, não fique com a ideia de que a sua mãe fez aquilo de ânimo leve, mas sim por “uma razão muito forte, que tem a ver com as condições dramáticas de vida social”.

Em relação aos sem-abrigo, Marcelo disse que os portugueses “estão hoje mais despertos do que nunca” para a problemática. “Isso é importante, é uma pedrada no charco”, afirmou o chefe de Estado.

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