Autarcas de Amares, Vila Verde, Vieira do Minho e Tarouca arguidos na Operação Éter

Presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira, garantiu que foi o Turismo do Porto e Norte de Portugal que impôs as empresas que instalaram a loja no concelho.

Foto
Manuel Roberto / Publico

Autarcas de Amares, Vila Verde, Vieira do Minho e Tarouca confirmaram à Lusa que são arguidos na Operação Éter por causa da instalação de lojas interactivas de turismo nos respectivos concelhos. Um deles, o presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira, garantiu que foi o Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) que impôs as empresas que instalaram a loja no concelho.

O vice-presidente da Câmara de Tarouca, José Damião Melo, afirmou que é o único arguido do processo ligado a esta autarquia e mostrou-se tranquilo com o desfecho do processo. Isto, porque a contratação da loja interactiva teve início com o anterior executivo e, por outro lado, os ajustes directos respeitaram os limites permitidos pelas regras da contratação pública.”O protocolo com a TPNP foi assinado a 25 de Setembro de 2013 e nós, enquanto executivo, tomámos posse a 21 de Outubro, já todo este processo estava a decorrer”, afirmou Damião Melo.

Também o presidente da Câmara de Vila Verde, António Vilela, e a vereadora Júlia Fernandes são arguidos na Operação Éter. O líder do município sublinhou que ambos estão de “de consciência completamente tranquila”. “Foi um processo o mais transparente possível”, referiu o autarca. António Vilela (PSD) disse que a loja interactiva pretendia “ser uma resposta àquilo que era um conceito que estava definido em todo o território” abrangido pela TPNP, para uma “promoção global” e concertada. “Se reparar, as lojas são todas iguais”, apontou, sublinhando que este é “um bom projecto” para ajudar a promover o turismo do concelho.

O presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira, disse à Lusa que aceitou a imposição do TPNP relativamente às empresas que instalaram a loja interactiva por considerar que o importante era o concelho ter uma loja destas. “Não podia pôr a concurso nem escolher empresas. O Turismo do Porto e Norte impunha-nos as empresas. Ou era para essas ou não tínhamos loja interactiva. O que queria era obra, estava aprovada a candidatura, a mim não me aqueceu nem arrefeceu”, referiu

No final de Outubro, o Ministério Público avançou com uma acusação neste caso contra 29 arguidos (21 pessoas individuais e oito entidades colectivas), incluindo o ex-presidente da TPNP, Melchior Moreira, que se encontra em prisão preventiva há mais de um ano. No despacho final, a procuradora diz que relativamente aos factos relacionados com a criação e instalação da Rede de Lojas Interactivas, as diligências de investigação “ainda não estão concluídas, sendo necessário proceder à recolha de mais elementos de prova, quer documental, quer testemunhal, bem como constituir alguns agentes arguidos”, uma recolha que prevê “morosa”. Por isso, o Ministério Público decidiu separar esta parte do processo num inquérito autónomo que continua em investigação.

Sugerir correcção
Comentar