Sporting quis muito e mal, Tondela quis pouco e bem

A derrota dos “leões” não é justa, mas penaliza uma equipa que, apesar da muita posse de bola, pouca qualidade teve a criar oportunidades de golo. Os beirões ganharam em casa pela primeira vez na Liga.

Bruno Fernandes e Wilson em acção neste domingo
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Bruno Fernandes e Wilson em acção neste domingo LUSA/PAULO NOVAIS
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O Sporting perdeu em Tondela (1-0), neste domingo, num jogo em que foi quem mais quis vencer, enquanto o Tondela venceu o Sporting num jogo em que pouco quis ganhar. Ainda assim, esta análise global não justifica, cabalmente, a aparente injustiça do resultado, já que os “leões”, apesar de terem tido muita bola e muitos remates, poucas jogadas de real perigo conseguiram criar.

Silas já se queixou da pressa que os jogadores do Sporting têm com bola, falando da precipitação na primeira fase de construção. Neste domingo, os jogadores pareceram ter levado demasiado a sério as palavras do treinador, já que a equipa foi extremamente conservadora na procura de soluções. O Sporting teve, apenas, posse de bola entre os centrais, sendo incapaz de colocar passes verticais entre as linhas do Tondela — houve muito conservadorismo na tentativa de queimar linhas.

A opção pelo  4x4x2 losango (sistema já usado na segunda parte com o LASK) acabou por mostrar uma equipa pouco preparada para este sistema e dependente dos momentos em que Bruno Fernandes baixava para criar jogo  (que foram poucos). Além disso, pareceu haver muita apatia nos atacantes “leoninos”, presos ao sistema táctico e sem trocas posicionais.

E não terá sido coincidência que os dois melhores lances do Sporting, na primeira parte, tenham acontecido quando Bolasie, primeiro, e Vietto, depois, saíram das respectivas posições-base e criaram desequilíbrios no corredor. A de Bolasie foi mesmo a melhor oportunidade de golo do Sporting, quando, aos 32’, o congolês atraiu marcações, soltou para Ristovski e o macedónio cruzou para Miguel Luís, em boa posição, rematar por cima.

Já o Tondela (equipa da I Liga que menos remata e que menos tempo passa no meio-campo adversário) surgiu num 5x4x1 muito defensivo — nunca houve, sequer, predisposição para pressionar a saída de bola “leonina” — e pouco incomodou, ainda que tenha tido, a espaços, um par de transições rápidas.

Depois de uma primeira parte praticamente “sem balizas”, a segunda trouxe um Sporting a viver das soluções de quem não consegue criar jogo: bolas paradas e meia-distância. Foi assim aos 56’, com livre directo de Bruno Fernandes, para defesa de Cláudio Ramos, e o duelo repetiu-se, nos mesmos moldes — e com o mesmo desfecho —, dez minutos depois. 

Quando Silas colocou Eduardo em campo, no lugar de Doumbia, a opção parecia fazer todo o sentido: se faltava ao Sporting capacidade de arriscar na primeira fase de construção, servindo as movimentações em zonas interiores de Bruno Fernandes, Vietto e Miguel Luís, então tinha lógica haver um jogador mais capaz nesse capítulo. 

O brasileiro entrou logo com um bom passe entre as linhas do Tondela, mas pouco o repetiu no resto do jogo. Impotentes, os “leões” começaram, então, a “encher a estatística” com remates de meia-distância: tentou Vietto, aos 73’, Miguel Luís, aos 75’, Bruno Fernandes, aos 80’, e Vietto, aos 81’. Foram remates, mas não foram oportunidades de golo.

E foi nesta fase de pouco futebol e muitos “tiros” desenquadrados do Sporting que um livre lateral de Pepelu encontrou a cabeça de Bruno Wilson e o central finalizou, ao segundo poste. O desfecho não é justo, embora penalize quem quis muito, mas mal.

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