Sporting dividido entre o bom jogo e a boa sorte

Foi a terceira vitória em três jogos no campeonato para os “leões” sob as ordens de Jorge Silas. O Paços de Ferreira bateu-se bem, mas voltou a ficar sem pontos e mantém-se na zona de despromoção.

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LUSA/OCTAVIO PASSOS

Há um mérito que ninguém pode tirar a Silas, o tal a quem falta formação académica como treinador e que, por isso, tem de ser discreto a dar instruções para o campo. Com ele no banco, o Sporting habituou-se a ganhar e vai melhorando a cada vitória. Já são cinco em seis jogos (e três em três no campeonato), a última das quais alcançada nesta quinta-feira, frente ao Paços de Ferreira, por 1-2, em jogo da 9.ª jornada da Liga portuguesa. Não aconteceu, no entanto, sem uma boa dose de sofrimento, tal como as outras, mas já deu para ver que a equipa está mais habituada ao seu terceiro treinador da época.

A Mata Real é um campo traumático para o Sporting, assim como Pepa é um treinador que costuma fazer a vida difícil aos “leões”. E foi exactamente isso que aconteceu, mas os lisboetas sobreviveram graças a uma exibição a dois tempos. Primeiro dominaram e fizeram uma das melhores primeiras partes da época, depois tiveram uma sorte tremenda com um penálti oferecido de bandeja. Talvez o empate tivesse sido o resultado mais justo, num jogo que foi intenso e dividido - e em que os erros individuais acabaram por fazer a diferença.

Silas voltou a mexer na equipa, fazendo regressar à titularidade Luiz Phellype, o avançado low cost que o Sporting contratou no Inverno passado à equipa que teve nesta quinta-feira pela frente. Também estava de regresso à equipa Ristovski, perante a indisponibilidade de Rosier. O resto era igual. Foram duas mudanças pontuais que em nada alteraram o fluxo normal da estratégia: circulação de bola, até haver espaço para a progressão. 

Depois de um primeiro aviso aos 3’, com um remate de Luiz Phellype a ser interceptado por André Micael, o Sporting chegou à vantagem aos 11. Após uma fase intensa de pressão na recuperação da bola, Bruno Fernandes ganhou espaço na esquerda para fazer o cruzamento e Luiz Phellype emendou a trajectória da bola para a baliza. O brasileiro regressava à Mata Real para marcar à antiga equipa.

Não foi só no ataque que o Sporting se mostrou melhor. Na componente defensiva, a mecânica parecia funcionar e isso ficou bem presente aos 24’, num lance de contra-ataque do Paços que resultou de uma perda de bola a meio-campo. Murillo foi em corrida até à área “leonina”, mas, quando lá chegou, já tinha a cobertura de vários  adversários. Não havia discussão sobre a justiça da vantagem do Sporting na primeira parte, um daqueles casos em que o resultado, mesmo positivo, era pior que a exibição. Talvez o melhor meio jogo da época.

A segunda parte foi outra conversa. O Paços de Ferreira entrou verdadeiramente em jogo a partir do minuto 46 e, aos 47, podia ter nivelado o marcador. Bruno Santos recebeu a bola à entrada da área “leonina” e obrigou Renan a enorme defesa. O guardião brasileiro do Sporting seria, aliás, um dos protagonistas do jogo, para o bem e para o mal. Defendeu bem remates de Douglas Tanque e Bruno Santos aos 68’ e 73’, mas estava muito mal colocado quando Tanque, de cabeça, fez o empate aos 74’, na sequência de canto - o Sporting continua a defender mal as bolas paradas.

Era um prémio mais que justo para os anfitriões, mas perderia todo o significado poucos minutos depois. Num livre de Bruno Fernandes aos 77’, Luiz Carlos, um dos homens que estava na barreira, esticou o braço, a bola foi ter com ele e, como estava dentro da área, Rui Costa assinalou penálti. Era uma oportunidade que caía do céu para os “leões” e que Bruno Fernandes se encarregou de transformar em golo, mantendo o Sporting no rumo das vitórias (terceira consecutiva na Liga) e da retoma (está em quarto), e condenando o Paços a mais uma jornada sem pontos (sexta derrota).
 

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