Rosa Mota prepara-se para maratona em defesa do nome do “seu” pavilhão

Sem grandes comentários à polémica que estalou na segunda-feira por causa do novo nome daquele que é conhecido por pavilhão Rosa Mota, o ex-treinador e companheiro da atleta diz estar a preparar-se para “uma batalha que vai durar durante vários anos”.

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Paulo Pimenta

O ex-treinador e companheiro de Rosa Mota disse estar a preparar-se para “uma batalha que vai durar durante vários anos” pela defesa do nome do Pavilhão Rosa Mota, que foi esta segunda-feira inaugurado no Porto, sob a designação de Super Bock Arena.

“O desabafo que faço é que estou a preparar-me para uma batalha que vai durar vários anos”, afirmou em declarações à Lusa, José Pedroso, que se escusou a tecer qualquer outra declaração.

Numa carta dirigida à Câmara do Porto, conhecida na segunda-feira, Rosa Mota diz sentir-se enganada e alega que o seu nome foi subalternizado para ser dado destaque a uma marca de bebidas alcoólicas.

O local, agora intitulado “Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota”, foi inaugurado sem a presença da atleta e dos vereadores do PS, PSD e CDU que não se conformam com a “menorização” do nome da campeã olímpica.

Na cerimónia de inauguração do espaço, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, passou praticamente ao lado da polémica sobre a nova denominação do pavilhão Rosa Mota, tendo, na única vez que falou sobre o tema, recuperado apenas a relação histórica da cidade com o vinho.

“Não me venham com complexos por haver um nome associado a bebidas alcoólicas [na nova denominação do pavilhão que passou a chamar-se Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota]”, argumentou o autarca, enfatizando o facto de antes de haver um Porto conhecido pelo desporto e pela cultura, “já o era devido ao Vinho do Porto”. E acrescentou: “hoje não é dia de queixas, mas de estarmos muito satisfeitos”.

Antes, na reunião do executivo desta manhã, Moreira afirmava que considerava que o “incómodo” existente com a nova denominação é com o logótipo, sublinhando que autarquia não tem meios, nem recursos para se opor.

Na altura, o presidente referiu que a atleta manteve reuniões com a Super Bock, as quais a autarquia foi alheia, uma vez que o contrato que existe é com o concessionário.

O independente sublinhou ainda que a proposta do nome fazia parte do caderno de encargos, pelo que era legítimo ao concessionário propor a sua alteração, e lembrou que a primeira designação proposta foi recusada porque fazia desaparecer o nome “Pavilhão Rosa Mota”.

Também o Bloco de Esquerda disse estar contra a alteração do nome do Pavilhão Rosa Mota, tendo desafiado a Câmara do Porto a promover uma discussão alargada para o regresso daquele equipamento à esfera pública e municipal.

Em comunicado, a Comissão Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda - Porto, quer “reverter de imediato esta apropriação indevida, impedindo a alteração do nome daquele que é e será, para o Porto, o Pavilhão Rosa Mota” ao mesmo tempo que pretende uma “discussão alargada na cidade que permita a renegociação do contrato e seu regresso à esfera pública e municipal”.

Lembrando ter estado “contra a entrega do Palácio de Cristal a entidades privadas pela mão de Rui Rio, em 2009, a par do movimento que na altura se gerou no Porto” e que em 2014 “denunciaram na Assembleia Municipal o modelo de reabilitação deste equipamento municipal essencial à cidade, votando contra a proposta de entrega a privados apresentada por Rui Moreira”, o BE aponta para as contas do município para justificar a sua posição.

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