Pavilhão Rosa Mota Super Bock Arena só teve aprovação do grupo de Rui Moreira

Manuel Pizarro irritou Rui Moreira ao sugerir que a Câmara do Porto deveria negociar com o concessionário parte dos lucros da operação publicitária

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O pavilhão vai reabrir ao público no próximo ano, depois de reabilitado Marco Duarte

A inclusão da expressão “Super Bock Arena” no nome do Pavilhão Rosa Mota foi aprovada na reunião do executivo da Câmara do Porto desta terça-feira apenas com os votos da maioria liderada por Rui Moreira. PS, PSD e CDU votaram contra.

As razões não foram todas iguais mas nenhum dos vereadores da oposição gostou de ver o nome de uma marca de cerveja associada ao pavilhão situado nos jardins do Palácio de Cristal, que deverá reabrir no próximo ano, depois de concluídas as obras de reabilitação. O socialista Manuel Pizarro começou por argumentar que a proposta de acrescentar ao nome do pavilhão a expressão “Super Bock Arena” peca por falta de “fundamentação adequada”. “O único motivo apresentado para a mudança de nome é a vontade manifestada pelo concessionário”, disse.

Questionando ainda a vantagem de associar um equipamento como este a uma bebida alcoólica, o socialista centrou, contudo, a sua intervenção na questão económica, irritando Rui Moreira ao sugerir que a Câmara do Porto deveria tentar negociar com o concessionário alguma distribuição dos lucros que este terá com o recurso a esta estratégia publicitária, e que o socialista situou, ao longo dos anos de vigência da concessão, “entre os 15 e os 20 milhões de euros”. "Isto é uma prenda gigantesca ao concessionário", argumentou.

O presidente da câmara insistiu que o contrato de concessão garantia que quaisquer ganhos publicitários conseguidos pelo consórcio que está a reabilitar e vai gerir o Rosa Mota seriam exclusivamente entregues ao privado, pelo que não iria agora procurar renegociar nada. "Estamos a cumprir o contrato", disse. A única preocupação da autarquia, disse, fora conseguir o acordo da atleta portuense para esta proposta. Moreira disse que a questão foi “debatida com Rosa Mota variadíssimas vezes, até se chegar a uma situação confortável”.

Confortável não ficou a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, por ver o nome de uma cerveja associada ao pavilhão e o mesmo aconteceu com Álvaro Almeida, do PSD, que fez mesmo questão de deixar expressas essas razões numa declaração de voto. “Temos uma legislação nacional que restringe a publicidade a bebidas alcoólicas. Não digo que está a ser violada a lei, mas o espírito com que foi feita, sim. Está-se a promover uma bebida alcoólica”, disse.

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