Conceição pediu “mais equipa”, mas a Europa voltou a ver pouco FC Porto

Portistas estiveram a vencer o Rangers, mas o vice-campeão escocês conseguiu empatar e foi superior na segunda parte. “Azuis e brancos” voltaram a mostrar-se permeáveis nas provas europeias.

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Reuters/RAFAEL MARCHANTE
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LUSA/FERNANDO VELUDO
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A nível interno as coisas estão a correr bem — oito vitórias consecutivas —, mas quando a montra é europeia o FC Porto continua a mostrar-se muito pouco pujante. Três semanas depois de perderem em Roterdão frente ao Feyenoord (0-2), na 2.ª jornada do Grupo G da Liga Europa, os “dragões” até realizaram uma primeira parte assim-assim e estiveram a vencer o Rangers com um grande golo de Luis Díaz, mas o melhor em campo foi outro colombiano: Alfredo Morelos fez o empate em cima do intervalo (1-1)e só não garantiu a vitória ao clube de Glasgow por mérito de Marchesín.

Ao fim de cinco jogos europeus, repartidos pelo play-off da Liga dos Campeões e a fase de grupos da Liga Europa, o FC Porto leva mais encontros que não venceu (três) do que os que ganhou (dois) e já está numa posição pouco cómoda para garantir um lugar nos 16 avos-de-final: no equilibrado Grupo G, os “dragões” são os únicos que perderam pontos em casa no final da primeira volta.

O jogo no início do mês, na Holanda, parecia ter servido de aviso para os “dragões” e, na antevisão do confronto com o Rangers, Sérgio Conceição tinha alertado que o FC Porto teria que “ser muito mais equipa”. E o pedido de entrega do treinador reflectiu-se nas escolhas para o “onze”: sem poupanças, Conceição avançou com a equipa teoricamente mais forte — Danilo e Uribe fechavam o meio-campo; Otávio, Díaz, Marega e Zé Luís ficavam com as despesas ofensivas.

Do outro lado, o Rangers ainda digeria um empate no fim-de-semana contra o Hearts, resultado que tinha custado aos “protestantes” a liderança do campeonato escocês, mas o deslize não fez Steven Gerrard alterar a estrutura: tal como tem feito nos últimos jogos, o antigo internacional inglês colocou a sua equipa em 4x3x2x1. A diferença é que, desta vez, surgiu uma dupla de jovens ingleses (Kent e Barker) no apoio directo a Morelos. 

Na primeira parte houve mais FC Porto (63% de posse de bola), mas as oportunidades repartiram-se pelas duas balizas. Aos 5’, o primeiro erro portista abriu a Kent uma auto-estrada com via verde para a baliza de Marchesín, mas Corona evitou no momento certo o remate. Os portistas colocavam pouca intensidade no jogo, mas a partir da meia hora começaram a criar perigo. Primeiro por Zé Luís, que acertou ao poste; depois por Díaz, que após uma jogada individual rematou cruzado, não dando hipóteses ao veterano Allan McGregor. A vencer aos 37’, o FC Porto parecia ter feito o mais difícil.

Só que, com o tradicional espírito combativo escocês, o Rangers ripostou. Dois minutos depois, Pepe salvou a primeira investida e, quase de imediato, Morelos acertou na barra. O aviso estava dado, mas o FC Porto continuava permeável a contra-ataques e o empate chegou: Marcano  falhou um corte e Morelos, com muita qualidade, colocou a bola no ângulo da baliza, não dando hipóteses a Marchesín. Pela sétima partida europeia consecutiva, os “dragões” sofriam um golo em casa.

Estranhamente, após o intervalo o jogo mudou. Revelando-se mais equipa e mostrando mais atitude, o Rangers assumiu o domínio da posse de bola e começou a jogar no meio-campo portista. E só não chegou à vantagem por mérito de Marchesín: aos 53’, o argentino evitou com uma grande defesa que Morelos bisasse. 

O FC Porto mostrava-se inconsequente e apático e só nos últimos dez minutos criou perigo junto da baliza escocesa, mas, por inabilidade de Soares (80’) e depois graças a duas defesas consecutivas de McGregor, o resultado manteve-se inalterado. 

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