Cartas ao director

Metro em Arroios – para quando?

Leitor permanente do jornal e morador em Arroios li no PÚBLICO de 31/1/19 que o “Metro de Arroios deverá reabrir no final de 2020 ou no início de 2021”. Na realidade devia ter reaberto em Março de 2019, como ainda se assinala numa tabuleta do estendal de obras que cerca a estátua de Fernão de Magalhães desde Outubro de 2017. Chegado a esse prometido final do ano 2020, para o qual o PÚBLICO anunciou a desejada reabertura da estação do Metropolitano, nem um prego se ouviu no percurso entre as estações dos Anjos e Alameda, nem uma viatura circula na superfície, que mais não seja para retirar a lixeira que se acumula pela força do tempo no estaleiro das obras.

A administração do Metropolitano, em conferência de imprensa, anunciou repetidamente a reabertura da estação do Metro de Arroios na data prevista. Prometeu uma renovação interior e até o seu embelezamento com uma estatuária de Nikias Skapinakis. Afinal em Janeiro deste ano anunciou que a Opway, empresa concessionária da obra falira e… não se dera conta disso, já que sempre foi mantendo a reabertura da estação para Março 2019. Creio que os utentes do Metro de Arroios, com um novo inverno à porta, mereciam uma explicação convincente da equipa directiva do Metropolitano, que goza de total autonomia administrativa.

António Melo, Lisboa

Valorizar o interior

Ana Abrunhosa, a nova ministra da Coesão Territorial, há pouco mais de um mês, defendeu ser necessário e urgente corrigir o discurso da coesão até agora politicamente correcto pelo discurso da verdade. É que, segundo a mesma, não basta colocar recursos nas regiões menos desenvolvidas sem antes assumir que a diminuição das assimetrias regionais envolva um investimento selectivo, qualificador e capaz de valorizar os recursos endógenos dos territórios. Uma temática, na minha perspectiva, em que é inadmissível dizer-se que em porções importantes do nosso país a coesão territorial significa gerir o declínio. Assim, será esta a política que irá vigorar em relação ao desenvolvimento regional? Saibamos, por isso, alocar estratégias que tenham a capacidade de recuperar a densidade económica e populacional dessas regiões. Em síntese, a nova gestão de despovoamento é o reconhecimento de incapacidade e da desistência de porções importantes do território nacional, quando se andou a prometer ao mais alto nível que o interior era uma prioridade.
Manuel Vargas, Aljustrel

Sugerir correcção
Comentar