Já não há portugueses em prova em Peniche

Saíram as “favas” aos portugueses e Frederico Morais, Miguel Blanco e Vasco Ribeiro defrontaram três dos quatro candidatos ao título mundial. Como esperado, sucumbiram perante os “tubarões” brasileiros, na quarta ronda da prova.

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Miguel Blanco em acção em Peniche LUSA/CARLOS BARROSO

Três surfistas portugueses contra três “tubarões” brasileiros e três derrotas claras. Foi assim a sexta-feira dos surfistas nacionais em Peniche, esfumando-se as esperanças de um bom resultado português na prova do circuito mundial de surf.

Em Peniche, Frederico Morais participou numa autêntica “aula” dada pelo brasileiro Ítalo Ferreira, surfista ainda em luta pelo título mundial. O “canarinho” começou a bateria muito activo, surfando quase todas as ondas que surgiam, mas “Kikas”, mais selectivo, ficou com as melhores ondas, somando duas notas na casa dos cinco pontos.

Com o português na frente, começou o show de Ítalo: um “aéreo” (manobra com a prancha fora da água) de 8,33, sendo que, entre o colectivo de jurados, o juiz do Brasil foi, curiosamente, o que pior avaliação fez da manobra de Ítalo. O surfista parece ter ficado “picado” e “repetiu a dose": outro aéreo, desta vez ligeiramente abaixo dos oito pontos, e bateria praticamente fechada.

Em Supertubos não havia “tubos” disponíveis para surfar e “Kikas” teve, desta forma, de tentar um par de aéreos. Sem sucesso e o português foi eliminado de forma clara (16,20 contra 10,33).

Antes de Frederico Morais, já Vasco Ribeiro tinha entrado na quarta ronda como único português apurado directamente – “Kikas” e Miguel Blanco chegaram via ronda de repescagem. O estatuto não deu a Ribeiro uma fortuna considerável, já que teve de surfar frente a Felipe Toledo, actual segundo classificado do mundial. O brasileiro abriu a bateria logo com uma onda pontuada a 6,93, um pecúlio ao qual Vasco Ribeiro não chegou sequer perto. 

O português, a correr contra o prejuízo, acabou por surfar muitas ondas – 13, contra as nove de Toledo –, mas as notas ficaram sempre aquém do necessário (o melhor que conseguiu foi um 5,10). Após alguns minutos de tranquilidade, Toledo ainda “sacou” um 7,67, acabando, de vez, com as parcas possibilidades de “Vasquinho”.

Pouco depois entrou na água Miguel Blanco, cuja sorte não foi diferente da de Vasco Ribeiro e “Kikas": defrontou um dos “tubarões” e… também perdeu. Frente ao campeão do mundo, Gabriel Medina, a réplica de Blanco foi ainda mais modesta do que tinha sido as dos compatriotas, já que não ultrapassou os 4,33. Medina voltou a levar para os Supertubos os famosos “aéreos”, conseguindo uma nota na casa dos sete pontos e outra nos 6,67. Longe da perfeição que o brasileiro ainda poderá trazer em Peniche, mas suficiente para afastar Blanco, até pela inexistência de bons “tubos” que permitissem ao português reverter o marcador.

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