Um governo velho para tempos novos

Costa cria uns ministérios novos, como quem muda os sofás do lugar e compra dois bibelôs no IKEA para a casa parecer mais moderna. E mantém um par de ministros para queimar lá à frente.

Se o título deste texto soar a crítica, peço desculpa. Eu gosto de velhos, até porque estou cada vez mais próximo de ser um. E uma equipa governativa composta por veteranos de guerras políticas não é necessariamente um defeito. Sim, a constituição do novo governo tem sido acusada de falta de renovação. Mas isso é não perceber a forma como António Costa pensa e trabalha em equipa. Em linguagem futebolística, aquilo que ele sempre privilegiou, desde que é primeiro-ministro, foram as trocas de bolas seguras no meio-campo, em vez de passos arriscados em profundidade, que tanto podem dar golo como sair pela linha de fundo. Se isto já fazia sentido em 2015, faz ainda mais sentido nos próximos quatro anos, quando a prioridade de Costa não é marcar golos, mas evitar ser goleado.

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Se o título deste texto soar a crítica, peço desculpa. Eu gosto de velhos, até porque estou cada vez mais próximo de ser um. E uma equipa governativa composta por veteranos de guerras políticas não é necessariamente um defeito. Sim, a constituição do novo governo tem sido acusada de falta de renovação. Mas isso é não perceber a forma como António Costa pensa e trabalha em equipa. Em linguagem futebolística, aquilo que ele sempre privilegiou, desde que é primeiro-ministro, foram as trocas de bolas seguras no meio-campo, em vez de passos arriscados em profundidade, que tanto podem dar golo como sair pela linha de fundo. Se isto já fazia sentido em 2015, faz ainda mais sentido nos próximos quatro anos, quando a prioridade de Costa não é marcar golos, mas evitar ser goleado.