Brigid Kosgei retirou 81 segundos ao recorde mundial da maratona

Atleta africana arrasou, em Chicago, a marca que Paula Radcliffe estabelecera em 2003.

Foto
Reuters/MIKE SEGAR

Mais de um minuto, mais precisamente 81 segundos foi quanto Brigid Kosgei retirou ao anterior recorde do mundo feminino na maratona. Em Chicago, a queniana bateu a concorrência, sem apelo nem agravo, em 2h14m04s, e pulverizou a marca que a britânica Paula Radcliffe tinha estabelecido em 2003, em Londres.

O vento abrandou neste domingo de manhã, as temperaturas baixas mantiveram-se e as condições eram mais do que adequadas para um ataque ao recorde. Kosgei desde cedo imprimiu um andamento elevado e atingiu os oito quilómetros em ritmo de recorde mundial (25m10s), levantando algumas dúvidas sobre a capacidade para manter esses índices ao longo de toda a prova.

É verdade que a queniana, nascida há 25 anos, baixou ligeiramente o ritmo, mas não o suficiente para se distanciar do objectivo e, à meia-maratona, passava em 1h06m59s, mais de um minuto mais rápida do que Radcliffe, há 16 anos. 

Para quem tinha como melhor marca pessoal 2h18m20s, alcançados já neste ano na capital de Inglaterra, o cenário era altamente promissor. E a afirmação plena de Kosgei continuou (ainda que caindo ligeiramente entre os 25 e os 30km) até cortar a meta e justificar o abraço da própria Radcliffe, que a aguardava no final do percurso.

“Eu sabia que este momento chegaria. Quando vi quão depressa a Brigid estava a fazer a primeira metade da prova, soube que o recorde ia cair”, resumiu a britânica. “É um dia muito especial para ela, mas também para mim”, acrescentou, enquanto a vencedora resumiu a façanha em meia-dúzia de palavra. “À medida que ia forçando o andamento, sentia o meu corpo a acompanhar, a acompanhar e por isso continuei sempre a tentar”, declarou Kosgei.

A queniana descolou de tal forma da concorrência mais directa que a segunda classificada, a etíope Ababel Yeshaneh, ficou a mais de seis minutos de distância (2h20m51s), enquanto a também etíope Gelete Burka completou o pódio, com a marca de 2h20m55s.

Na corrida masculina, a bandeira a subir mais alto foi também a do Quénia, graças à performance de Lawrence Cherono, que terminou a prova em 2h05m45s — ele, que já tinha vencido também a maratona de Boston. Ao contrário da vertente feminina, porém, este triunfo precisou de um sprint final, já que o etíope Dejene Debela cortou a meta um segundo depois e o terceiro classificado, o compatriota Asefa Mengstu,  concluiu o percurso em 2h05m48s.

O britânico Mo Farah, vencedor da edição de 2018 da maratona de Chicago, não foi além do oitavo lugar (2h09m58s), ao passo que o norte-americano Galen Rupp abandonou.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários