Jogadores da AD Oliveirense avançam com pré-aviso de greve

Em causa estão alegações de salários em atraso desde o início da temporada.

Foto
DR

O plantel da AD Oliveirense, do Campeonato Portugal de futebol, decidiu avançar com um pré-aviso de greve, por salários em atraso, e pondera falhar o jogo frente ao Santa Clara, da I Liga, para a Taça de Portugal.

A decisão foi anunciada neste sábado pelo presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, depois de uma reunião com os atletas, no estádio do clube, em Santa Maria de Oliveira, no concelho de Famalicão.

“O grupo decidiu avançar com pré-aviso de greve e passar uma mensagem à administração da SAD e à opinião pública que, se até sexta-feira a situação não for regularizada, não vão a jogo com o Santa Clara”, disse o dirigente sindical.

Evangelista falou numa “reunião tensa e na qual foram discutidas situações dramáticas”, partilhando que alguns jogadores estrangeiros “já estão com problemas na alimentação e para pagar a habitação”. “É inaceitável que, passados dois meses do início da época, a equipa já esteja a passar por esta situação, até porque é algo já aconteceu na época anterior”, disse Joaquim Evangelista.

O líder do sindicato revelou que, “para fazer face às situações mais complicadas, foi adiantado um apoio financeiro para 11 jogadores estrangeiros”.

O futebol sénior da AD Oliveirense está, desde o início da época, a ser gerido por investidores argentinos, que apesar de estarem a tentar resolver problemas que vêm de uma administração anterior, ainda não liquidaram os vencimentos dos atletas nesta época.

“As instituições desportivas têm de escrutinar melhor as parcerias com investidores estrangeiros, que entram com facilidade, não assumem as responsabilidades e descredibilizam o futebol português. Com jogadores vulneráveis, pode estar em causa a verdade desportiva e a integridade das competições”, disse Joaquim Evangelista.

O líder do SJPF prometeu “falar com o presidente da Federação Portuguesa de Futebol para também se envolver nesta questão e se caminhar para um modelo de licenciamento [no terceiro escalão] à imagem do que acontece na I e II Liga”.

O clube, através de um comunicado, já reagiu, lembrando que os dirigentes do clube e da SAD são diferentes (a Sociedade Anónima Desportiva, que gere os destinos da equipa sénior, só foi criada em 2017) e que tem tentando encontrar uma solução junto do accionista.

“A situação é, de facto, lamentável, no entanto, continuamos a acreditar na boa-fé da SAD e do seu administrador, que nos fez prova, através de alguns documentos, da sua vontade de resolver os problemas nas próximas semanas”, escrevem os dirigentes.

Sugerir correcção
Comentar