General Wiranto esfaqueado durante visita a Java

Foi um dos responsáveis pelo massacre de 1999 em Timor e é ministro da Segurança do Presidente Widodo. Os suspeitos, capturados, podem ter ligações ao radicalismo islâmico.

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General Wiranto Beawiharta Beawiharta/Reuters

O ministro da Segurança da Indonésia, Wiranto, foi esfaqueado durante uma visita a Pandeglang, na ilha de Java. Há indícios de que os suspeitos tenham sido “expostos ao radicalismo islâmico”, segundo as autoridades – foram detidas duas pessoas, um homem e uma mulher.

Wiranto foi golpeado duas vezes e as feridas são profundas. Porém, está estável, segundo a estação de televisão Al Jazira. O chefe da polícia local também foi ferido.

A Indonésia tem terrorismo interno e no país estão activos grupos ligados ao Daesh.

Imagens filmadas pelas televisões mostram o ministro a sair do carro e a cair no chão. Fotografias tiradas pela polícia mostram o ministro, um antigo general, a ser levado numa maca para um hospital local. Há também imagens de um dos suspeitos a ser detido.

Wiranto, de 72 anos, candidatou-se às presidenciais em 2004, mas foi derrotado. É desde 2016 o ministro da Segurança do Presidente Joko Widodo.

O general foi acusado de cometer atrocidades durante a ocupação de Timor pela Indonésia. Era o chefe do aparelho militar e dos grupos paramilitares na repressão de 1999 contra a tentativa do território conseguir a independência. Durante a ocupação, cerca de cem mil pessoas morreram, segundo as estimativas, a maior parte delas às mãos das forças indonésias, mas também devido às duras condições de vida impostas por Jacarta.

O general está entre os indicados pelas Nações Unidas como tendo cometido crimes contra os direitos humanos dos timorenses nos 24 anos de ocupação. Mas apesar das provas reunidas contra si, pelo seu papel no massacre de 1999, o general negou as acusações e nunca foi julgado.

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