CDS-PP: quando deixam os nossos velhos em paz?

No Dia Mundial do Idoso, Assunção Cristas visitou o lar da Congregação da Nossa Senhora da Caridade.

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Assunção Cristas (CDS) LUSA/ARMÉNIO BELO

Assunção Cristas visitou na terça-feira um lar de idosos em Viana do Castelo. Foi ela, mas podia ser o líder de um qualquer outro partido, o primeiro-ministro ou até Presidente da República. Usar os nossos velhos para fazer política é uma prática corrente em Portugal. Não devia ser.

O que fez Cristas no lar da Congregação da Nossa Senhora da Caridade? Beijou todos os idosos que lhe apareceram pelo caminho — o lar tem 150 utentes, 40% com mais de 90 anos —, acarinhou-os sempre com muita simpatia e visitou um salão onde estava a decorrer um baile. Ela e membros da sua comitiva até dançaram com os internos que o podiam fazer, porque uma boa parte assistia a tudo em cadeiras de rodas. Esteve ainda numa sala onde havia várias pessoas acamadas. Sempre com as câmaras a registarem tudo. No final, detalhou as propostas sociais do CDS, especialmente as destinadas aos mais velhos, e até explicou que tinha ido ali para sublinhar a necessidade de dar todos os apoios.

Teve a melhor das intenções e a defesa dos mais velhos é até uma das suas grandes bandeiras. Há outra certeza: a maior parte dos idosos gostou de a ver e apreciou a visita.
Não deixa de ser, diga-se o que se disser, uma utilização dos idosos, e de pessoas fragilizadas, na campanha eleitoral, na caça ao voto, transformando-os em figurantes da política. E os jornalistas, embora com menos responsabilidades porque têm de cobrir todos os momentos das campanhas, também têm culpas, porque há muito se deviam recusar a participar nesta espécie de circo que todos os políticos fazem com os idosos. Se os políticos entrassem sozinhos, haveria sempre jornalistas à porta, no final, para ouvir as suas propostas e opiniões.

Ainda na terça-feira, Tancos voltou à campanha do CDS, com Assunção Cristas a anunciar que esta quarta-feira, na conferência de líderes parlamentares, o deputado Nuno Magalhães vai questionar o presidente do Parlamento, Ferro Rodrigues, sobre se já enviou para o Ministério Público as declarações de António Costa no Parlamento sobre o Tancos para que seja aberta uma investigação, como pediu o partido. 

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