Um triunfo que se limitou a acrescentar três pontos

“Encarnados” vivem fase de menor clarividência e sofreram para bater o V. Setúbal. Vinícius saiu do banco para resolver o jogo.

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LUSA/RODRIGO ANTUNES

O objectivo mínimo foi atingido, é verdade, mas foi com a nítida sensação de desaceleração que o Benfica abandonou o relvado do Estádio da Luz, após o triunfo sobre o V. Setúbal (1-0). Depois de um início de época a todo o gás, o resultado da 7.ª jornada serviu para manter os “encarnados” no topo da Liga e “pouco mais”. Não é com exibições como a deste sábado (ou as três anteriores) que se alimenta a fornalha da confiança a pensar no futuro próximo.

O Vitória entrou em campo com uma derrota apenas em seis partidas e somente quatro golos sofridos. Fruto da boa organização defensiva, assente num 4x1x4x1 bem definido, mas também na falta de vontade para assumir o jogo, baixando muito o bloco e raramente arriscando uma saída em transição.

Com mais bola, como era expectável, o Benfica também contribuiu para essa limitação sadina, mesmo que circulasse a bola com pouca velocidade e continuasse a depender em demasia das acelerações de Rafa. Foi, de resto, numa transição ofensiva rápida que os “encarnados” criaram a primeira ocasião de perigo, que Gedson desbaratou com um remate tardio, já na área (22’).

Gedson que foi, surpreendentemente, o eleito para jogar nas costas de Seferovic (Raul de Tomás não saiu do banco), numa solução que esteve longe de surtir efeito. O Benfica não conseguia construir por dentro, apesar dos passes de ruptura de Taarabt (Seferovic voltou a mostrar-se desastrado em muitos gestos técnicos), e foi por fora, graças a um cruzamento de André Almeida, que voltou a assustar Makaridze: Pizzi rematou para defesa do georgiano (35’).

Inexistente do ponto de vista ofensivo, o Vitória chegou ao intervalo com o 0-0 relativamente controlado, apesar da avalanche de bolas paradas do adversário. E Bruno Lage tentou fazer reset ao centro de controlo no arranque do segundo tempo, abrindo mão dos equilíbrios de Fejsa para procurar o critério de Gabriel.

Acontece que o brasileiro está longe do momento de forma que o celebrizou na época passada e teve de ser um compatriota, também ele saído do banco, a mexer com o jogo. Mais um canto para o Benfica (foram 14 no total), primeiro remate de Ferro para defesa de Makaridze, saída despropositada da baliza e Vinícius, de costas, a dominar com um pé e a finalizar com o outro.

Aos 64’, o jogo tinha tudo para mudar de face, mas foi preciso aguardar mais 16 para testemunhar uma reacção do V. Setúbal, que até então se limitara a uma arrancada de Mansilla após o reatamento. Taarabt, com uma entrada de carrinho, viu o cartão vermelho directo e o Benfica passou a sofrer mais do que seria previsível, reorganizando as linhas num 4x4x1 em que a segunda linha contava com o avançado Vinícius.

Sem capacidade física para voltar a assumir as operações e sem o critério que nunca teve durante a partida, o campeão assinou uns 15 minutos finais (tempo extra incluído) de recurso. Serviram para garantir o triunfo e para provar que a melhor versão da equipa continua desaparecida.

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